Sobeja informação mas faltam instrumentos confiáveis para avaliá-la

“É um confronto entre interesses comerciais divergentes - afirma o autor - onde cada lado procura levar vantagem”:
“Imprensa e redes usam o que chamam de interesses do público de acordo com as suas conveniências. Os jornais lutam pela sobrevivência económica e política de um modelo de negócios que está severamente ameaçado pelas transformações provocadas pelas novas tecnologias de informação e comunicação (TICs). Já as redes sociais sabem que, passado o impacto da descoberta de uma nova forma de relacionamento interpessoal via internet, haverá uma inevitável segmentação por interesses individuais - o que pode ser mortal para uma rede como Facebook, que se orgulha de ter mais de dois biliões de utentes no mundo inteiro.” (...)
“A nova reviravolta na conflituosa relação entre Imprensa e redes sociais vai obrigar os utentes do Facebook a mudar novamente de hábitos, já que as estatísticas indicavam um crescimento constante no acesso a textos jornalísticos publicados online. Nos Estados Unidos, 48% dos utentes da Internet já tinham acesso às notícias pelas redes. Aqui no Brasil não há estatísticas precisas, mas é muito provável que a tendência também seja de alta, pelo menos até agora.”
“Diante desta avalancha diária de notícias, sem que possamos confiar plenamente na sua credibilidade, integridade e isenção, deve crescer a tendência das pessoas a buscar referências familiares, locais e em círculos de amigos. A informação em massa, o grande apanágio da Imprensa no final da era industrial (século XX) levou-nos a um paradoxo. Temos informação demais, mas faltam-nos instrumentos confiáveis para avaliá-la, porque a sobrevivência dos grandes impérios jornalísticos levou-os a priorizar interesses financeiros e políticos em prejuízo do interesse público.” (...)
O texto citado, na íntegra, no Observatório da Imprensa