Ser mulher, “Jornalista do mês” e viver em Cachemira

Raihana Maqbool estudou Jornalismo e produção multimédia e tirou depois um mestrado em Jornalismo e Comunicação de Massas. Trabalhou em The Better India, na Radio Kashmir e no Hindustan Times antes de se tornar colaboradora regular do Global Press Journal.
Entrevistada pela IJNet, começa por declarar que não se encontram ali muitos jornalistas:
“Somos muito poucos. E os que trabalham, por vezes acabam por deixar este emprego. Se estivermos a trabalhar para os jornais locais, o salário é muito pequeno. As mulheres ficam desanimadas, porque ganham menos do que os homens. De modo que saem.” (...)
Sempre que acontece um conflito, as pessoas aparecem e perguntam: “O que está aqui a fazer?”
“Tornam-se muito protectoras, mas aquilo que não compreendem é que eu estou apenas a fazer o meu trabalho. Sempre que há máquinas fotográficas - desde que ouçam um click - as pessoas rodeiam-nos e perguntam: ‘O que está a fazer?’ Isso acontece habitualmente com mulheres jornalistas na Cachemira.”
Respondendo à pergunta sobre alguma reportagem que a tenha marcado mais, Raihana lembra-se de uma barragem cuja construção está planeada para uma área remota da Cachemira, o distrito de Kishtar.
“É uma história que me toca muito, porque a barragem que vai ser construída vai deslocar as pessoas de lá. Não é só uma pequena aldeia, são muitas pequenas aldeias nesta área, que vão ser desalojadas. E as pessoas são pobres, não podem ir para outro lugar ou construir casas.”
Sobre que conselho daria a jovens que queiram ser jornalistas, diz que o mais importante é ter “paixão” por este trabalho:
“Eu diria aos jovens que se querem tornar jornalistas que comecem cedo. Façam estágios, comecem a escrever, comecem a fotografar - comecem cedo para ganharem experiência. E claro, paixão é aquilo que nos faz andar.” (...)
A hitsória de Raihana Maqbool, na International Journalists’ Network e a sua coluna no Global Press Journal