Segurança dos jornalistas na Ucrânia posta em causa
Com o início da guerra, muitos jornalistas deslocaram-se para a Ucrânia, como forma de cobrir os acontecimentos bélicos, e de manter a população informada sobre a ofensiva russa.
E, para conseguirem compreender todos os desenvolvimentos, muitos desses profissionais passaram a depender da colaboração de colegas locais, que dominam a língua e sabem explicar, em profundidade, a problemática geopolítica.
Contudo, considerou Alik Sardarian num artigo publicado no “site” “Open Democracy”,a maioria dos correspondentes internacionais estão a desrespeitar os profissionais ucranianos, colocando-os em situações de perigo.
Conforme apontou Sardarian, muitos dos enviados especiais insistem em fazer reportagens em zonas controladas pelo exército russo, ignorando o facto de isso representar um risco acrescido para os locais.
Isto acontece, sobretudo, porque os jornalistas internacionais querem destacar-se, captando imagens chocantes, e aumentando a possibilidade de conquistarem prémios e distinções.
O autor recorda, neste âmbito, o assassinato da produtora ucraniana Oleksandra Kuvshynova e do operador de câmara Pierre Zakrzewski, que colaboravam com a Fox News.
Estes profissionais foram mortos à saída de Kiev, uma zona perigosa para realizar reportagens.
“Neste sentido, a Fox News pode ser considerada culpada pela morte de Oleksandra Kuvshynova. A única diferença em reportar no centro de Kiev seria a ausência de armas automáticas, como plano de fundo”, disse.
“Contudo, as emissoras continuam a pressionar os jornalistas, para que filmem o conflito de perto, e contribuam para aumentar o ‘share’ de audiências”.
Abril 22
Além disso, continuou o autor, os enviados especiais parecem não estar preocupados com a segurança física dos seus acompanhantes ucranianos, uma vez que, em alguns casos, não disponibilizam materiais de protecção, tais como coletes à prova de bala e capacetes.
Ademais, certas emissoras não pagam as taxas estabelecidas pelos jornalistas locais.
Perante este cenário, Sardarian considera essencial que os profissionais dos “media” exijam, aos seus empregadores, o cumprimento de normas éticas, mesmo que isso signifique a perda de audiências.
Caso contrário, concluiu, o número de jornalistas assassinados na Ucrânia continuará a subir.
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