Saiba quem são os donos dos grupos de Media portugueses
O Grupo Cofina tem um núcleo accionista praticamente inalterado, que nos últimos anos reforçou a sua posição no capital da empresa. Em conjunto, os cinco maiores investidores do grupo (Ana Menéres de Mendonça, João Borges de Oliveira, Paulo Fernandes, Pedro Borges de Oliveira e Domingos Vieira de Matos) controlam 67,66% do capital da Cofina SGPS que, por sua vez, detém a Cofina Media.
Presidido por Paulo Fernandes, este é o maior grupo de Imprensa português, detendo diversos títulos de informação, desde jornais diários (Correio da Manhã, Record, Jornal de Negócios e Destak, a revistas como a Sábado, a TV Guia e a Máxima, além de projectos exclusivamente online como Aquela Máquina e Flash.
Desde 2013 o grupo Cofina está presente na televisão, com o lançamento da CMTV na posição 8 do MEO.
Dos principais grupos privados portugueses de comunicação social, o único que não está cotado em Bolsa é a Global Media.
Assim, esta é a única empresa cuja informação sobre accionistas e contas não pode ser verificada pelos seus consumidores.
Em termos de imprensa e online, e além de participação em títulos regionais como o Açoriano Oriental e o Diário de Notícias da Madeira, conta com títulos como o Jornal de Notícias, Diário de Notícias (que este ano passou a semanário, mantemdo a edição diária online), O Jogo, Dinheiro Vivo, Delas, Evasões e Volta ao Mundo. A Global Media detém ainda a Rádio Notícias que, através de várias frequências, emite a rádio TSF Press. O grupo é ainda o maior accionista privado da agência Lusa, em que detém uma participação de 23,36%.
O Grupo Impresa, criado em março de 1991 - cerca de um ano e meio antes de se tornar no primeiro operador a lançar um canal privado de televisão em Portugal - é controlado por Francisco Pinto Balsemão. O jornalista (tem a carteira profissional número 18A), que actualmente ocupa o cargo de presidente do conselho de administração da Impresa, detém 99,99% da Balseger que, por sua vez, controla 58,8% da Impreger. É esta sociedade a maior accionista da Impresa, com uma participação de 50,31%.
Por sua vez, o grupo Impresa, que tem na sua presidência executiva Francisco Pedro Balsemão, filho do fundador, detém oito canais de televisão (SIC, SIC Caras, SIC Internacional, SIC K, SIC Mulher, SIC Notícias, SIC Radical e DStv – estação emitida apenas em África), o jornal Expresso e as publicações Blitz e Volante. A Impresa é também accionista da agência de notícias Lusa, na qual tem uma participação de 22,35%.
No início deste ano, a Impresa alienou à Trust in News uma série de publicações (Activa, Caras, Caras Decoração, Courrier Internacional, Exame, Exame Informática, Jornal de Letras, Telenovelas, TV Mais, Visão, Visão História e Visão Júnior), tendo encaixado 10,2 milhões de euros com este negócio.
O Grupo Sonaecom, que é controlado em quase 90% por empresas do universo Sonae, da família Azevedo, é o único accionista da Público - Comunicação Social, que detém o jornal diário com o mesmo nome, além de 50% da Sociedade Independente de Radiodifusão Sonora (SIRS), a empresa que controla a Rádio Nova (os restantes 50% são detidos, em partes iguais, pelos empresários Álvaro Covões e Luís Montez) e 1,38% da agência Lusa.
De referir ainda que a Sonaecom tem 50% da Zopt (os restantes são da empresária angolana Isabel dos Santos) que, por sua vez, controla 52,15% da NOS, que tem 25% da Sport TV.
Lançado em Maio de 2014, o Observador nasceu como um jornal generalista digital, uma linha que mantém até hoje apesar de já ter colocado à venda nas bancas cinco edições especiais em papel. A publicação online é detida pela empresa Observador On Time, que tem no empresário português Luís Amaral o seu grande accionista.
Através da Amaral e Hijas Holdings, o dono do grupo polaco Eurocash controla mais de 45,6% da dona do Observador que, de resto, conta com vários empresários portugueses no seu capital. Em 2003, compra à Jerónimo Martins a Eurocash (empresa de distribuição que actua em mercados como o de bens alimentares). Tem uma fortuna de centenas de milhões.
Uma rádio online e com frequências para emitir nas zonas urbanas de Lisboa e do Porto poderá ser o novo projecto da Observador On Time.
Com uma participação de 60% do Patriarcado de Lisboa e de 40% da Conferência Episcopal Portuguesa, a Renascença é um dos principais operadores de rádio em Portugal, detendo diversas frequências que são utilizadas pelas suas rádios: RFM, Renascença, Megahits e RádioSim.
Detido a 100% pelo Estado português, o grupo RTP é, em termos de dimensão e recursos humanos, a maior empresa de comunicação social do País, detendo oito canais de televisão (RTP 1, RTP 2, RTP 3, RTP Memória, RTP Açores, RTP Madeira, RTP Internacional, RTP África) e oito emissoras de rádio (Antena 1, Antena 2, Antena 3, RDP Memória, RDP Açores, RDP Madeira, RDP Internacional e RDP África).
O grupo, presidido por Gonçalo Reis, conta com um financiamento misto, já que, à Contribuição Audiovisual paga na factura da eletricidade (mais de 186 milhões ano), soma dezenas de milhões em receitas comerciais.
A empresa espanhola Promotora de Informaciones (Prisa), através da Vertix, detém 94,69% da Media Capital (o também espanhol ABanca é dono de 5,05% das ações), um dos maiores grupos de comunicação social portugueses.
A Media Capital detém, a 100%, seis canais de televisão, dos quais o destaque vai para a TVI, que emite em sinal aberto. No cabo, o grupo conta com a TVI 24, TVI Ficção e TVI Reality, enquanto a nível internacional a aposta passa pela TVI África e TVI Internacional.
A nível editorial, e depois da venda em 2013 dos seus últimos títulos em papel (Lux, Lux Woman e Revista de Vinhos), o projecto editorial com mais notoriedade é a página online do Mais Futebol. O grupo é também um dos maiores operadores de rádio em Portugal, controlando, a 100%, cerca de 20 empresas detentoras de licenças de emissão radiofónica. As frequências controladas por estas instituições estão ao serviço das diversas emissoras do grupo: Rádio Comercial, M80, Cidade FM, Smooth FM e Vodafone FM.
A Agência Lusa tem no Estado o seu accionista maioritário (50,14%). Apesar de pública e de receber anualmente uma indemnização compensatória pelo serviço que presta (em 2018 o valor foi de 15,838 milhões), a Lusa conta com vários accionistas privados, acima citados.
Com 16,6% de capital, o empresário António Mota é o maior accionista da Swipe News, a empresa que detém o jornal online ECO. A estrutura accionista deste projecto é constituída por várias empresas e investidores que, em conjunto, controlam mais de 55% da Swipe News.
A Sociedade Vicra Desportiva é a proprietária do jornal desportivo A Bola, assim como do canal com o mesmo nome detido pela Vicra Comunicações. O grupo controla ainda a revista de automóveis Autofoco. Segundo a ERC, Mário Arga e Lima é o accionista dominante do grupo.
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