Rússia montou internet própria para evitar o acesso à rede global
Desde 2014 que a Rússia tem vindo a trabalhar numa rede de internet própria, a Runet, revelando-se um potencial instrumento de censura, informou o ABC.
Com a criação desta rede, o objectivo passa por fechar e proibir o acesso à rede global, permitindo o controlo da informação que circula no país. No entanto, os especialistas consideram que esta acção pode trazer consequências “catastróficas”.
Para Fernando Checa, professor da Universidade Internacional La Rioja, “o que a Rússia está a fazer é tentar implementar um modelo autárquico de conexão à internet”, o que significaria que “todos os cidadãos russos não terão acesso aos diferentes serviços que podemos ter na internet que existe”.
A medida russa enquadra-se no “Digital Economy National Program” e, além disso, é uma forma de responder ao receio por parte do Governo russo, já que a invasão à Ucrânia pode originar ciberataques às suas infraestruturas, acrescentou o professor.
Além de limitar o acesso à informação, a utilização da Runet fará com que o Estado tenha, ainda, a capacidade de controlar onde os cidadãos publicam os seus próprios conteúdos.
Para que isto seja possível, foi aprovada, em novembro de 2019, a “Lei da internet soberana” que passou a permitir desligar a conexão à rede mundial, onde o Ministério de Telecomunicações, o Roskomnadzor, pode bloquear os conteúdos sem aviso prévio.
Setembro 22
No entanto, esta rede traz consigo alguns desafios. Conforme referiu a jornalista Alexia Columbia, do ABC, ter uma internet própria implica, também, estabelecer uma infraestrutura própria que coordene o vasto território da Rússia.
Ao fechar-se o acesso à internet global, está a impedir-se, também, que os cidadãos acedam aos serviços oferecidos pelas empresas internacionais.
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