Rússia intensifica restrições ao jornalismo independente
As autoridades russas classificaram o “site” de jornalismo independente “Proekt” como “indesejável”, banindo a actividade da plataforma a nível nacional, e atribuindo aos seus colaboradores o estatuto de “agentes estrangeiros”, denunciou o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ).
Desta forma, quaisquer relações comerciais ou pessoais com o “site” passaram a ser consideradas ilegais.
“Ao banirem o ‘Proekt” e ao adicionarem novos nomes à lista de ‘agentes estrangeiros’, as autoridades russas parecem querer silenciar as últimas vozes independentes do país”, afirmou Gulzona Said, coordenadora do CPJ, acrescentando que “as intenções do governo deveriam ser revistas, de forma a proteger a liberdade de imprensa”.
Recentemente, foram introduzidas emendas ao código criminal russo, que prevêm penas de prisão, até quatro anos, para os jornalistas que colaborem com “media” indesejados, ou de até seis anos, para os profissionais que forem considerados culpados de “organizar essas actividades”.
Da mesma forma, os jornalistas ou “media” classificados como “agentes estrangeiros” podem enfrentar diversas restrições a nível financeiro.
De acordo com Mikhail Rubin, antigo editor-executivo da publicação, estas medidas são, provavelmente, uma resposta às investigações realizadas pelo título sobre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu círculo mais próximo.
Julho 21
Desde o seu lançamento, em 2018, o “Proekt” tem publicado investigações sobre a fortuna de diversos políticos russos, incluindo o líder da Chechénia, Ramzan Kadyrov.
Estas histórias têm motivado perseguições aos jornalistas de “Proekt” que, nos últimos meses, foram alvo de interrogatórios criminais.
Este tipo de acções restritivas é comum na Rússia, que se encontra em 150º lugar no Índice de Liberdade de Imprensa dos Repórteres sem Fronteiras, entre um total de 180 países.
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