Rússia agrava censura e ataca liberdade de imprensa
Desde o início do conflito com a Ucrânia, que o governo russo tem vindo a reforçar a censura aos “media” independentes, proibindo a utilização de termos como “guerra” e “invasão”, além de ter legislado com novas sanções para as publicações que disseminem “fake news”. Além disso, várias redes sociais deixaram de estar disponíveis.
Ou seja, de momento, apenas os meios de comunicação controlados pelo Estado se encontram em funcionamento, disseminando a narrativa governamental. Nem mesmo os enviados especiais de emissoras internacionais têm conseguido realizar as suas funções, uma vez que o trabalho independente tem, agora, consequências agravadas.
Conforme apontou Tom Jones, num artigo publicado no “site” do Instituto Poynter, estas medidas afectam tanto os cidadãos russos, como os leitores de outras partes do mundo, que desejam manter-se informados sobre a ofensiva do Kremlin.
Aliás, perante a suspensão da actividade do Facebook na Rússia, o presidente de assuntos globais daquela rede social, Nick Clegg, lamentou o facto de “milhões de pessoas comuns terem ficado sem informações fidedignas, sem forma de estabelecerem contacto com as suas famílias e amigos, e sem a possibilidade de se expressarem livremente”.
Por isso mesmo, os enviados especiais estão, agora, a realizar as suas reportagens a partir da Ucrânia, ou em zonas fronteiriças.
Em Portugal, os “media” continuam a acompanhar as consequências da guerra, entre mortos, feridos e destruição de edifícios.
Março 22
Os canais informativos contam com a presença de correspondentes especiais, que têm filmado a realidade vivida, e estabelecido contacto com os cidadãos. Por sua vez, os jornais generalistas dedicam as suas primeiras páginas ao conflito, enquanto os títulos digitais fazem actualizações ao minuto.
Nestes últimos dias, os títulos de informação têm-se focado em cenários possíveis para o fim da guerra, nas sanções à Rússia, e nas acções de Vladimir Putin que ameaçou, entretanto, cortar o fornecimento de gás à Europa.
Nos Estados Unidos o cenário informativo é semelhante, com Tom Jones, do Instituto Poynter, a destacar o trabalho da Fox News, que tem partilhado testemunhos de alguns cidadãos, espelhando os desafios enfrentados por aqueles que tentam fugir da guerra.
Também a CNN, continuou Jones, tem apresentado um trabalho exemplar, “graças à presença da repórter Clarissa Ward”, que conseguiu dar provas da sua qualidade enquanto “jornalista e ser humano”.
Já na imprensa escrita, o “New York Times” publicou um artigo da autoria do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que apresentou “seis passos que podemos tomar para ajudar a Ucrânia”.
Ainda assim, e apesar dos esforços, os “media” internacionais não têm conseguido reflectir toda a complexidade deste conflito, uma vez que reportar sobre a realidade russa deixou de ser possível.
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