“Ruído” político contraria mensagem sobre a pandemia nos “media” brasileiros
A pandemia fez com que surgissem novas vagas de desinformação, que negam a existência de um vírus e disseminam teorias da conspiração.
Perante este cenário, tornou-se crucial que os jornalistas consigam estabelecer uma comunicação eficaz com a sua audiência, para que os factos sejam mais relevantes do que a opinião de círculos de amigos ou familiares, considerou a jornalista Rennata Bianco num artigo publicado no “Observatório da Imprensa”, associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria.
Bianco recorda, neste sentido, um guia de comunicação emitido, em 2018, pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
Neste documento, a OMS recomenda que os “media” noticiem surtos virais precocemente, mesmo com informações incompletas, para minimizar a partilha de desinformação.
A OMS sugere, da mesma forma, que a imprensa forneça informações sobre segurança pessoal, mantendo a transparência e respondendo às dúvidas dos cidadãos.
Bianco considera, contudo, que estas medidas não estão a ser aplicadas no Brasil, onde existe muito “ruído” político e mensagens públicas contraditórias.
Segundo recordou a autora, este tipo de comportamento resulta em movimentos negacionistas, que reforçam as vagas de desinformação, partilhadas, rapidamente, através das redes sociais.
Abril 21
Posto isto, a autora corroborou, com base no livro “a Psicologia da Pandemia”, algumas recomendações que devem ser introduzidas nos “media”, de forma a influenciar o comportamento dos leitores.
Bianco sublinha, neste contexto, que a imprensa deve passar a mensagem de que a covid-19 é uma doença grave, apelando à lógica e à empatia.
Para este efeito, os jornalistas devem basear-se em dados estatísticos, enquanto narram histórias de cidadãos cujas vidas foram, substancialmente, afectadas pela pandemia.
Da mesma forma, Bianco recorda que a população tem uma reacção mais expressiva quando confrontada com histórias de terceiros.
Através destes mecanismos, defendeu a autora, os “media” conseguiriam evitar comportamentos de risco por parte dos cidadãos e conter a propagação do vírus.
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