“Desde a sua chegada ao poder, nos finais de 2012, Xi Jinping reforçou a censura sobre os media nacionais e aumentou o controlo da Internet e das redes sociais, restringindo os espaços de liberdade que os jornalistas tinham conseguido estabelecer no seio do sistema.” 

Segundo Le Monde, que aqui citamos, as visitas regulares aos meios oficiais  - a agência Xinhua, a televisão CCTV (nomeada CGTN à escala internacional) e o Diário do Povo -  “revelam a sua preocupação em conduzir o combate ideológico”. 

O relatório dos RSF fala sobretudo da estratégia desenvolvida para o exterior: “modernização do seu aparelho audiovisual externo, aquisição maciça de publicidade, infiltração dos media estrangeiros, e ainda chantagem, intimidação e assédio a uma escala quase indistrial”. 

“No entendimento do regime de Pequim, a vocação dos jornalistas não é a de serem contra-poder mas, pelo contrário, de servirem a propaganda dos Estados”  - declara Christophe Deloire, secretário-geral dos RSF. 

“Se as democracias não resistirem, Pequim vai procurar impor o seu anti-modelo, e a propaganda de modelo chinês vai invadir a pouco e pouco os media mundiais, fazendo concorrência ao jornalismo tal como o conhecemos.” 

“No espaço de uma década, a China investiu em grande escala para modernizar a sua comunicação: o grupo audiovisual CGTN difunde hoje para 140 países, e a rádio RCI cobre 65 línguas. O regime conseguiu convencer dezenas de milhares de jornalistas dos países emergentes a irem ‘formar o seu espírito crítico’ em Pequim, com todas as despesas pagas, em troca de uma cobertura de Imprensa favorável.” 

“Quanto aos media da diáspora chinesa, antigamente crítica do regime, foram quase todos adquiridos e integrados no aparelho de propaganda do Partido Comunista Chinês.” (...)

 

Mais informação em Le Monde, no site dos RSF (que contém o link para o Relatório em francês, inglês e chinês)  -  bem como no nosso site