Riga como centro de apoio a jornalistas russos exilados
Com o início da guerra russo-ucraniana, o Kremlin reforçou as medidas de censura aos “media” e aos seus jornalistas, proibindo-os de partilharem qualquer informação contrária à linha editorial do governo, e instituindo represálias para os profissionais que publicassem “notícias falsas”.
Por isso mesmo, muitos jornalistas independentes decidiram abandonar o país, procurando um lugar onde pudessem viver em segurança, e continuar a reportar, de forma isenta, as acções dos militares russos.
De acordo com Benjamin Bathke, do “Reuters Institute for the Study of Journalism”, a capital da Letónia, Riga, foi um dos lugares de eleição para muitos destes profissionais, não só por fazer fronteira com a Rússia, mas, igualmente, por garantir o direito à liberdade de imprensa.
Aliás, no mais recente Índice Mundial de Liberdade de Imprensa dos Repórteres sem Fronteiras, a Letónia está em 22º lugar, entre 180 países. Por outro lado, a Rússia encontra-se na 155ª posição.
Como tal, alguns dos responsáveis pelos principais jornais independentes russos escolheram Riga como novo destino, procurando iniciar, ali, uma nova vida familiar e profissional.
É esse o caso de Alexey Kovalev, director de investigação do “Meduza”, um jornal russo dedicado a desmistificar a propaganda do Kremlin.
“Assim que a Rússia invadiu a Ucrânia, o Parlamento estabeleceu que a nossa profissão passaria a ser um crime”, disse Kovalev. “Portanto, se eu regressar para o meu país, devo ter uma investigação judicial à minha espera”.
Perante este cenário, os jornalistas de Riga têm-se mostrado solidários para com os colegas russos, disponibilizando recursos, e encorajando-os a procurarem emprego na cidade.
Maio 22
No entanto, Gunta Sloga, directora-executiva da Baltic Centre for Media Excellence, explica que ainda não existe resposta para todas as necessidades dos profissionais russos.
“Temos uma grande variedade de jornalistas a chegarem a Riga, que apresentam necessidades diferentes”, disse Sloga. “Os colaboradores do ‘Novaya Gazeta' recebem apoio imediato. Contudo, os profissionais de pequenas publicações locais têm maior dificuldade em receber ajuda financeira”.
Ainda assim, a maioria dos jornalistas entrevistados por Bathke dizem não ter planos para abandonar a Letónia, uma vez que conseguiram estabelecer contacto com outros profissionais russos, e que a opressão do Kremlin parece não ter fim à vista,
“Estar na mesma sala com outros jornalistas russos fez-me perceber a importância de receber apoio emocional”, disse Kovalev, do “Meduza”. “Eu e a minha mulher começámos por vir para Riga para ter uma rampa de lançamento. No entanto, decidimos ficar, porque é bom estar junto daqueles que conhecemos e em que confiamos”.
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