Ademais, em 2019, o Vox notificou o Grupo Prisa de que deixaria de conceder credenciamentos aos seus colaboradores, impedindo o acesso destes profissionais à sua sede, ou a qualquer evento organizado pelo partido em espaços privados.


Em última instância, o Tribunal Superior concluiu que a medida sugerida pelo Vox era ilegal, já que o direito à informação “não pode ser prejudicado de forma alguma, e muito menos pelos partidos políticos”.


No entanto, acrescentou a autora, os profissionais dos “media” não são as únicas vítimas das restrições à liberdade de expressão em Espanha.


Aliás, recordou a articulista, o condicionamento do discurso resultou na prisão do "rapper" Pablo Hasél, que começou a ser investigado por partilhar, nas redes sociais, textos alusivos a actividades terroristas.


Na condenação, o tribunal considerou que as mensagens escritas pelo ‘rapper’  tinham “um carácter laudatório inquestionável de organizações terroristas como a Grapo (...) que vão além da expressão com objectivos políticos ou  de camaradagem nascida de laços ideológicos, simpatia ou mera crítica social, envolvendo elogios”.


Este evento espoletou diversas manifestações sociais, com os cidadãos a considerarem que a condenação daquele “rapper” constituía um ataque à liberdade de expressão.


Perante estes incidentes, o Departamento de Estado dos EUA alertou para o facto de Espanha ter registado, em 2020, “múltiplas denúncias de agressões verbais de altos funcionários do governo a certos meios de comunicação e jornalistas específicos".


Além disso, os ataques aos colaboradores dos “media” têm chamado a atenção de várias associações internacionais que passaram a acompanhar, de perto, a situação espanhola.




Leia o artigo original em “Cuadernos de Periodistas”