Restrições à imprensa multiplicam-se em Hong Kong

O governo de Hong Kong começou a negar credenciais a correspondentes estrangeiros, uma medida que afectou, recentemente, uma jornalista da “newsmagazine” “The Economist”. A jornalista em causa, Sue-lin Wong, trabalhava há vários anos enquanto correspondente em Hong Kong. No entanto, foi-lhe negada a autorização para regressar ao território. “Lamentamos esta decisão, que foi anunciada sem qualquer explicação”, disse aquela profissional, citada pelo “Guardian”. “Pedimos ao governo de Hong Kong que continue a permitir o acesso a correspondentes estrangeiros, até porque estas autorizações são vitais para o estatuto internacional da cidade”. Esta medida junta-se, assim, a muitas outras restrições à actividade dos “media” introduzidas em Hong Kong desde 2019, ano que ficou marcado pelas manifestações pró-democracia naquele território.Aliás, foi, entretanto, introduzida uma nova lei de segurança nacional, que veio penalizar o “conluio” dos cidadãos “com forças estrangeiras”, e que tem sido utilizada para silenciar jornalistas e activistas.Isto resultou, igualmente, no encerramento de diversos jornais pró-democracia, incluindo o “Apple Daily”, cujo fundador, Jimmy Lai, se encontra a cumprir uma pena de prisão. As crescentes restrições à actividade livre da imprensa de Hong Kong estão, por isso, a preocupar diversas associações de defesa de jornalistas, que passaram a vigiar, de perto, as condições a que os profissionais dos “media” estão sujeitos.