Relatórios de “fact-checking” desmentiram o líder do Irão
O Líder Supremo do Irão, Ali Khamenei, admitiu ter induzido os cidadãos em erro, após ser confrontado com relatórios de “fact-checking”, que desmentiram uma afirmação sobre a economia nacional.
“Esta é, provavelmente, a primeira vez, em três décadas, que o Ayatollah Khamenei admitiu estar errado”, disse, em declarações ao Instituto Poynter, Farhad Souzanchi, editor da empresa de “fact-checking” FactNameh.
Os relatórios de “fact-checking” em causa surgiram na sequência de um discurso, proferido em 20 de Março, no qual Ali Khamenei afirmou que o Banco Mundial havia classificado o Irão enquanto a 18ª maior economia do Mundo.
“A economia é, provavelmente, a pior coisa do Irão”, afirmou Souzanchi, que estranhou, por isso, a afirmação do Ayatollah.
Perante estas declarações, a equipa do FactNameh começou a analisar as estatísticas mundiais, e concluiu que “o Irão não estava em 18º lugar, qualquer que fosse o cenário”.
De facto, o Irão foi o 28º do “ranking”.
A empresa de verificação de factos começou, então, a partilhar a conclusão, alertando, igualmente, para a cobertura tendenciosa dos “media” estatais, que chegaram a manipular um gráfico, para corroborar as afirmações do chefe de estado.
“Retiraram dois países do gráfico, para que o Irão ficasse melhor classificado”, explicou Souzanchi.
Finalmente, no discurso do Ramadão, Ali Khamenei admitiu o erro.
Abril 21
“Ele reconheceu que algumas pessoas o tinham alertado para a incoerência e que lhes agradecia por isso”, disse Souzanchi.
Ali Khamenei não fez referência à empresa de “fact-checking”, mas alguns utilizadores das redes sociais reconheceram o trabalho da organização.
Souzanchi considera, assim, que a rectificação do Líder Supremo do Irão é, para já, a maior conquista do FactNameh.
“Foi muito gratificante vermos o impacto do nosso trabalho”, disse Souzanchi. “Demonstra que podemos chegar aos mais poderosos do Irão, e acho que isso acontece graças ao apoio da nossa audiência”.
A FactNameh espera, agora, informar os cidadãos sobre as eleições nacionais, agendadas para Junho.
O “site” da empresa , que está sediado no Canadá, foi banido do Irão no Verão de 2018, após a publicação de relatórios sobre o governo.
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