Ao contrário da crença popular, as “fake news” não são um fenómeno recente. Aliás, os primeiros registos da desinformação nos “media” remontam à primeira guerra mundial.
Contudo, é inegável que o processo de disseminação de conteúdos falsos foi acelerado pela era digital. As redes sociais, por exemplo, têm tido um papel preponderante no surgimento de novas formas de desinformação e na viralização exponencial de conteúdos falsos.
Perante este quadro, os “media” começaram um processo de combate à desinformação, que tem sido liderado pelas agências noticiosas, notou o Obercom no seu mais recente relatório, “Agências de notícias e fact-checking”.
De acordo com o estudo do Obercom, estas instituições “têm investido recursos significativos no desenvolvimento de métodos de trabalho, ferramentas e parcerias que lhes permitam adicionar valor aos seus produtos, tendo-se tornado, simultaneamente, ainda mais relevantes no quotidiano actual”.
Este foco verifica-se um pouco por todo o Mundo, em empresas como a AFP (França), EFE (Espanha), ANSA (Itália), AP (EUA) e, ainda, na Lusa (Portugal).
Em consequência do actual panorama, os artigos de política e de saúde são alvo de maior escrutínio. E neste contexto, as agências têm privilegiado parcerias com projectos independentes e especializados.
Em alguns casos, como na Reuters -- e apesar de haver uma estrutura especializada para esse fim -- todos os jornalistas da agência fazem verificação de factos.
Dezembro 20
Aliás, segundo indicou o Obercom, as vantagens do “fact-checking” no contexto do jornalismo de agência são mais evidentes quando este é implementado de forma orgânica.
No caso português, a agência Lusa tem um “site” dedicado, única e exclusivamente, a “fact-checking” e a notícias sobre desinformação, que funciona enquanto projecto independente.
Os responsáveis contam conseguir desenvolver, em breve, novas ferramentas de Inteligência Artificial.
Aliás, as maiores fragilidades registadas pelo relatório, em todas as agências, são de âmbito tecnológico. Recursos como o “blockchain” podem vir a tornar-se essenciais no futuro para garantir a qualidade e a legitimidade dos conteúdos noticiosos.
Este é, no entanto, um campo com uma elevada curva de habituação, na medida em que será preciso estabelecer novas parcerias ao nível tecnológico, investir na contratação de recursos humanos altamente especializados (não apenas jornalistas) e formar os
recursos humanos existentes para a utilização e convivências com novas tecnologias.
O Obercom conclui, assim, que, de forma a manterem o seu estatuto de autoridade e credibilidade, as agências de notícias têm que acelerar o processo de inovação.
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