O Relatório está a ser recebido, em alguns meios, como “demasiado brando” em relação à gravidade do problema, e assente sobretudo em recomendações de autorregulação dirigidas às plataformas digitais e às redes sociais. 

Segundo Le Monde, que aqui citamos, enquanto alguns países (como a França) já estão a preparar legislação coerciva, a Comissão Europeia mantém-se numa atitude de recolha de informação e de consulta. 

“Nesta fase, a Comissão não evoca o ‘dever de cooperação’ que a França, por exemplo, poderia tentar impor às redes sociais, às plataformas e aos fornecedores de acesso à Internet, tendo pronto um sistema de reconhecimento de uma informação falsa e a sua consequente transmissão às autoridades públicas.” (...) 

Christophe Deloire, secretário-geral dos Repórteres sem Fronteiras  - organização participante nos debates que conduziram a este texto -  afirma: “toda a gente espera a partir de agora que a Comissão cumpra o seu papel; uma abordagem demasiado branda, essencialmente favorável às plataformas, iria desencorajar muitas pessoas e enviar um sinal perigoso àqueles que espalham notícias falsas ou se entregam à propaganda”. (...) 

O comunicado da Comissão Europeia que acompanha o Relatório cita os dados de uma recente sondagem do Eurobarómetro, que entrevistou por telefone 26.576 adultos de mais de 15 anos, dos quais 83% concordam que a proliferação de “notícias falsas” é um perigo para a democracia. Sobre a questão da credibilidade dos meios de informação, 70% colocam em primeiro lugar a rádio, 66% a televisão e 63% os jornais impressos.

A notícia e uma primeira síntese do texto em Le Monde, que entrevista Divina Frau-Meigs, docente na Sorbonne e uma das especialistas da Comissão, sobre a natureza do documento e o modo como foi discutido.

O Relatório, que pode ser aqui  consultado em PDF