Regime turco persegue e ameaça jornalistas até na Alemanha

Can Dündar contou ainda que um comentador de um canal turco de TV, pró-governamental, juntou-se ao debate, depois da ameaça pelo Twitter, dizendo-lhe:
“Os seguidores de Ogün Samast estão prontos, à espera. Um dia, de repente, o que é necessário pode ser feito.”
Samast é o autor do assassínio de Hrant Dink, um jornalista arménio, fundador do jornal Agos, executado diante da respectiva sede, em Istambul, em 2007.
“Na verdade, eu devia agradecer a ambas as pessoas que me enviaram estas mensagens” - disse Dündar. “Eu não seria capaz de explicar a semelhança entre as ameaças contra os dissidentes turcos e sauditas com tanta clareza, por muitos artigos que escreva sobre o assunto.”
Entretanto, o governo alemão está a avisar os seus cidadãos que estejam de visita à Turquia de que devem ser extremamente cautelosos com os seus comentários nas redes sociais, na sequência de uma série de detenções por críticas expressas online.
A purga que se seguiu ao golpe falhado de 2016 continua, acusando sempre alegados seguidores de Fethullah Güllen, “alguns dos quais têm dupla cidadania turca e alemã”.
O International Press Institute (IPI), uma rede global de editores, quadros dirigentes dos media e jornalistas, em defesa da liberdade de Imprensa, dirigiu à Chanceler Angela Merkel e ao Presidente francês Emmanuel Macron um apelo a que tomem ambos uma postura firme contra a detenção, intimidação e perseguição a jornalistas na Turquia.