O seu trabalho faz parte de uma recolha dos principais artigos publicados ao longo do ano, no site de Le Monde Diplomatique, sobre os meios de comunicação  -  recolha esta divulgada, por sua vez, pelo Acrimed, o Observatório dos Media em França. 

Os vinte anos a que se refere Pierre Rimbert começam com o lançamento da editora Liber – Raisons d’agir, pelo sociólogo Pierre Bourdieu, onde dois dos primeiros títulos publicados "analisavam os efeitos deletérios de um jornalismo de mercado corroído pelas conivências, o conformismo e a precariedade; o seu sucesso implantou no debate de ideias em França uma crítica radical dos media cultivada de longa data nas colunas do Monde Diplomatique; suscitou o furor das chefias editoriais e a simpatia dos trocistas". 

Vinte anos depois, segundo o autor, os piores presságios foram confirmados pelos factos. Pierre Rimbert descreve o despedimento da jornalista Aude Lancelin, que foi directora-adjunta de L’Obs (o antigo Nouvel Observateur) e que divulga o mesmo diagnóstico pessimista no seu livro Le Monde libre, onde afirma: "Sob este jugo mortífero, a Imprensa iria tornar-se, um dia, o único negócio a extinguir-se por se ter obstinadamente recusado a dar aos seus leitores aquilo que eles tinham desejo de adquirir." 

Este primeiro exemplo é seguido por outros, com referência a outras obras criticando a mesma "deriva de direita" da Imprensa francesa, como o livro Main basse sur l’information, cujo autor, Laurent Mauduit, descreve a "submissão" dos grandes meios a um punhado de oligarcas multimédia. 

A terminar, Pierre Rimbert afirma :

"Le Londe ocupava uma posição central e estruturante no seio do campo jornalístico francês. Se deslizasse para a direita, o centro de gravidade editorial iria mover-se com ele. A paisagem em ruínas descrita por Aude Lancelin e Laurent Mauduit é também consequência deste deslizamento."

 

O texto original, em Le Monde Diplomatique