A autora recorda que foi esse o discurso do director de The New York Times, Arthur Sulzberger Jr., quando anunciou, em Maio de 2017, que ia extinguir a função de Ombudsman, ao fim de 14 anos de serviço: 

“Hoje, os nossos seguidores nas redes sociais e leitores espalhados pela Internet estão juntos para actuar como fiscais modernos, mais atentos e capacitados do que uma pessoa sozinha conseguiria ser. A nossa responsabilidade é dar voz a esses fiscais e ouvi-los, em vez de os direccionar para um departamento específico.” 

“No entanto  - afirma Esther Enkin -  esse raciocínio é falacioso. É verdade que as redes sociais são um veículo importante para que as pessoas expressem as suas preocupações e formem opiniões. Infelizmente, porém, as redes sociais costumam servir muito mais para o linchamento do que para o debate.” (...) 

Existem hoje cerca de cinco Ombudsmen nos EUA, outros tantos no Canadá. Mas há cerca de 30 na América Central e do Sul.

“Na América do Sul existem ‘defensores públicos da audiência’, que têm funções semelhantes às dos ombudsmen. Em países que passaram por ditaduras, com limitações à liberdade de Imprensa, a função é cada vez mais valorizada. É um reconhecimento de que esta liberdade deve estar acompanhada de responsabilidade. O cargo, não importa o seu nome, é fundamental para elevar os padrões do jornalismo, ao responder às críticas do público e também ao implementar e desenvolver directrizes éticas.” 

A instituição de Ombudsmen está também a acontecer em países do Leste Europeu, tendo vários meios de comunicação recorrido à Organization of News Ombudsmen “em busca de orientação para criarem os seus cargos”. 

Esther Enkin conclui: 

“Ter um Ombudsman não vai restaurar a confiança do público nas notícias  – existem muitas subtilezas e muitas nuances nessa questão. Mas é um sinal de compromisso com a excelência. Agora é a hora de assumirmos esse compromisso.” 

O texto citado, na íntegra, no Observatório da Imprensa