Para agravar a ironia amarga, esta segunda análise chega no meio de notícias de que empresas especializadas nos fundos de investimento (hedge funds), que entretanto tinham adquirido jornais bem conhecidos, como o Denver Post, têm estado a fazer neles grandes cortes de pessoal  - o que corresponde à natureza especulativa e de retorno rápido da sua gestão. 

Desde 2008, entre os cinco ramos considerados da indústria noticiosa  - jornais, rádio, TV em sinal aberto e por cabo, e os “nativos digitais” -  só neste último se registou grande crescimento de emprego (79%), de cerca de 7.400 trabalhadores para 13 mil em 2017. 

“No entanto, esta subida de cerca de seis mil empregos, na totalidade, fica longe de compensar a perda de 32 mil nas redacções dos jornais durante o mesmo período. E uma outra análise do Pew Research Center, sobre despedimentos em jornais e meios ‘nativos digitais’, revela que quase um quarto destes meios online sofreu despedimentos entre Janeiro de 2017 e Abril de 2018, apesar do crescimento generalizado do emprego neste sector.” (...) 

Os números desta análise mais recente provêm de um estudo feito a partir de notícias que citavam despedimentos ocorridos em 110 jornais e 35 meios “nativos-digitais”. Desses 110 jornais abordados, 40 (os tais 36%) tiveram despedimentos publicamente noticiados durante o referido período de dezasseis meses, e pelo menos doze sofreram mais do que uma ronda de despedimentos. 


Mais informação no Pew Research Center e o caso do Denver Post