O autor começa pela constatação de que grandes porções do seu país simplesmente “não acreditam em nós”, olhando os jornalistas como instrumentos de algum obscuro establishment

 

Michael Oreskes defende que é precisamente neste ponto que o jornalismo deve providenciar “uma base de factos comum e um vocabulário comum” que permitam uma discussão séria sobre os desafios e alternativas. Um jornalismo que possa apresentar, umas às outras, pessoas de diferentes meios e pontos de vista, e assim “convocar conversas importantes”.

 

Para o conseguir, é preciso restabelecer a confiança:

 

“Temos de estar abertos e disponíveis a todos. Temos de substituir a raiva pela empatia, e a disputa pela razão. A nichefication [tendência para ocupar nichos] pode ajudar os projectos de mercado das empresas noticiosas, mas enfraquece a sua capacidade de servir o público.”

 

O verdadeiro desafio do jornalismo, como diz adiante, é fazer a ligação por entre todo o espectro de pontos de vista e proveniências:

 

“Tornar o nosso jornalismo mais opinativo não ajuda. Coloca o ênfase no lugar errado.”

 

“Valores e práticas são o que nos define e distingue. São o que torna jornalismo o jornalismo. Sem eles somos apenas conteúdos e opinião, e rapidamente desaparecemos na confusão. A perda do jornalismo seria a longo prazo um desastre para o país, pior do que qualquer coisa que imaginemos que saia destas eleições.”

 

O artigo de Michael Oreskes, no site da CJR