No caso espanhol, e como informa o autor, o maior grupo de media, a PRISA, líder na audiência digital, com cerca de 20 milhões de visitantes únicos, mostra os seguintes resultados: 

“A sua facturação publicitária na Internet cresceu 24,4% em 2016. Mas nos primeiros seis meses de 2017 só aumentou 5,2%, apesar de um sensível incremento na audiência. No ano passado a PRISA teve uma facturação de 1.360 milhões. E o conjunto da Imprensa diária na Espanha viu cair a sua facturação publicitária cerca de 9% na primeira metade do ano.” 

“No mercado norte-americano, a situação é de enorme eloquência. Há treze anos, a Google facturava por publicidade 70 milhões de dólares, e agora já vai em mais de 90 mil milhões. Este número representa mais do dobro de todas as receitas publicitárias de qualquer espécie dos diários norte-americanos. As receitas publicitárias da Imprensa nos Estados Unidos eram ainda de 63 mil milhões de dólares no ano 2000.” 

“A queda do emprego no sector foi espectacular: em Junho de 1990 havia quase 458.000 postos de trabalho na Imprensa. Em Março de 2016 este número era de 183.000. A circulação semanal total dos diários nos EUA, tanto impressos como digitais, caíu 8% no ano passado, segundo um estudo do Pew Research Center.” (…) 

“Diante desta deriva, perigosa para a qualidade e diversidade da Informação nas sociedades democráticas, começam a ouvir-se mais vozes que pedem que os gigantes da Internet sejam regulados como se fossem serviços públicos essenciais, como a electricidade ou a água. É curioso verificar que, tanto comentadores de direita como de esquerda, coincidem na ideia de regular as plataformas, especialmente a Google, como uma utility [empresa de serviço público]” (…)

 

O artigo citado, na íntegra, em Media-tics