“Ranking” Mundial da Liberdade de Imprensa penaliza Brasil
Os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgaram, no dia 20 de Abril, o seu “ranking” mundial de Liberdade de Imprensa, relativo ao ano de 2020.
A ONG (Organização Não Governamental) publica esta lista desde 2002 e a avaliação analisa factores como pluralismo, independência, ambiente, autocensura, questões jurídicas, transparência e qualidade das infraestruturas de apoio à produção de informações.
A metodologia é baseada em questionários preenchidos por profissionais da área em diversos países e classifica o ambiente jornalístico enquanto “bom”, “relativamente bom”, “sensível”, “difícil” e “grave”.
Segundo afirmou Lucas Souza Dorta num artigo publicado no “Observatório da Imprensa” -- associação com a qual o CPI mantém um acordo de parceria -- o relatório deste ano permite-nos, assim, chegar a algumas conclusões sobre o panorama jornalístico no Brasil.
Souza Dorta começa por assinalar que o Brasil caiu mais quatro posições e agora está em 111º, ficando numa “situação difícil”, e entrando na “zona vermelha” pela primeira vez.
De acordo com os RSF, esta classificação prende-se com as restrições impostas ao trabalho da imprensa, bem como os ataques do Executivo aos profissionais dos “media”.
Além disso, segundo recordou o autor, muitos profissionais são mortos após a cobertura de casos de corrupção e de crime organizado.
Maio 21
Outras das razões enunciadas são a concentração mediática e a dificuldade de acesso a dados oficiais sobre o coronavírus.
Por outro lado, na América do Sul, o país em melhor posição é o Uruguai, em 18º lugar, e com uma situação “relativamente boa”. A ONG destacou, neste âmbito, factores como o acesso à informação, a regulação de radiodifusão comunitária e, ainda, a lei sobre serviços de comunicação audiovisual.
Em seguida aparecem o Suriname (19º – situação relativamente boa), a Guiana (51º – situação sensível), o Chile (54º – situação sensível), a Argentina (69º – situação sensível), o Peru (91º – situação sensível), o Equador (96º – situação sensível) e o Paraguai (100º – situação sensível).
O Brasil junta-se, assim, aos países com um panorama difícil, ao lado da Bolívia (110º), Colômbia (134º) e Venezuela (148º).
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