Questionar o jornalismo para preservar a sua relevância na era digital
O jornalismo está a enfrentar dificuldades na era digital, uma vez que estamos a viver numa infodemia, onde nos oferecem mais informação do que aquela que conseguimos consumir.
Perante este cenário, os "media" têm vindo a perder a sua relevância, afirmou Shalabh Upadhyay num artigo publicado no “Nieman Lab”.
Upadhyay recorda, neste sentido, que, entre 2010 e 2019, a internet registou 1.9 mil milhões de novos utilizadores que têm, agora, a possibilidade de consumir todo o tipo de conteúdos, em qualquer lugar.
Por isso mesmo,continuou o autor, o jornalismo está a deparar-se com uma profunda mudança, em que a publicação de artigos noticiosos, no formato tradicional, deixou de ser suficiente.
Isto porque, numa era caracterizada pela rápida disseminação de conteúdos, o público passou a exigir informação diferenciada.
Assim, Upadhyay defende que as empresas noticiosas têm de rever o seu modelo de negócio, uma vez que as ferramentas introduzidas na era do jornalismo tradicional já não satisfazem as necessidades dos leitores.
Ou seja: ao contrário do que acontecia no século XX, o jornalismo já não tem de responder à escassez de informação, mas oferecer respostas concretas, num mundo caracterizado pelo excesso de dados.
Desta forma, Upadhyay defende que os profissionais dos “media” devem questionar-se sobre “como poderá o jornalismo acrescentar valor, numa altura em que os seus mecanismos deixaram de ser considerados relevantes”.
Neste sentido, continuou o autor, as publicações jornalísticas deverão introduzir processos de mudança transparentes, que informem os seus leitores sobre o que pretendem fazer, para que o seu trabalho volte a ser valorizado.
Além disso, o articulista preconiza que deve ser introduzido um processo concreto para a profissionalização dos jornalistas, para que os colaboradores dos “media” consigam distinguir-se dos “cidadãos comuns”, que partilham informação através das redes sociais, sem qualquer preocupação ética ou deontológica.
Dezembro 21
Upadhyay acredita que, caso os jornalistas adoptem estas estratégias, e utilizem os meios tecnológicos para alargar a influência da profissão, os “media” conseguirão assegurar, novamente, a sua relevância para a manutenção dos sistemas democráticos.
E concluiu: “Acredito que, em 2022, conseguiremos perceber a urgência de agir, e de valorizar a transparência e a objectividade, para que consigamos evoluir enquanto sociedade”.
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