Esta questão é colocada, a respeito da informação apresentada ao público online, pelo papel que desempenham neste processo os algoritmos incluídos no mecanismo tecnológico  -  que utilizamos do mesmo modo como ligamos a electricidade, confiando que ninguém interfere nas ordens que damos a uma máquina. 

Começamos a saber que, no espaço da informação, o algoritmo se comporta como um editor “que muitas vezes determina, num plano personalizado, quais as matérias jornalísticas que os utentes devem ver”. Ora, se assim é, temos todo o interesse em invocar a intervenção de um Ombudsman (Provedor dos leitores), que represente as nossas exigências de verdade e de rigor. É possível criar um Ombudsman para vigiar os algoritmos, e dar-lhe poderes para cumprir essa função? 

É este o tema de um artigo de Daniel O’Maley, editor associado no Center for Internacional Media Assistance, traduzido e publicado no Observatório da Imprensa do Brasil, com o qual o Clube Português de Imprensa estabeleceu uma parceria. 

O texto coloca mais perguntas do que respostas, e é tão importante pelas sugestões como pela citação de textos de outros autores, envolvidos nesta reflexão  -  como, por exemplo, Chava Gourarie, que publicou em Abril, na Columbia Journalism Review, um longo estudo sobre o mesmo tema. Uma breve citação, como aperitivo:

 

“Se os utentes da Internet se podem resignar a estes dominadores dos algoritmos, os jornalistas não podem. Os algoritmos têm tudo o que os jornalistas estão formados para pôr em causa: são poderosos, secretos e governam partes essenciais da sociedade. Eles decidem em quanto tempo vai chegar o Uber que pediu, se foi aprovado o seu pedido de empréstimo, se um preso vai sair em liberdade condicional, quem deve ser vigiado pela polícia, e quem deve ser revistado pela segurança nos transportes.” 


O texto no Observatório da Imprensa, o original e o da Columbia Journalism Review