Quebra de receitas obriga os media a procurar alternativas

Vieram depois, como conta o texto que citamos, os jornais gratuitos, que já dependiam exclusivamente da publicidade, mas todos os outros media, radiofónicos ou televisivos, continuavam a viver deste modelo. Até que chegou a Internet.
A primeira impressão foi a de que o modelo podia adaptar-se tecnologicamente sem quebra de receitas, visto que a publicidade também circula no digital, mas não contaram com a Google e o Facebook, que se tornaram, no dizer de Gideon Spanier, director de meios da revista Campaign, um “duopólio na publicidade digital”. Encurtando razões, tornou-se arriscado, para os editores, dependerem exclusivamente da publicidade.
O texto dá o exemplo de duas alternativas possíveis, já experimentadas. A primeira foi seguida pela editora Dennis Publishing, que publica mais de 35 revistas e websites. Em 2014 adquiriu o concessionário online BuyaCar - em parte porque alguns dos seus títulos tratavam muito de temas da indústria automóvel.
“Agora vendem 200 carros por mês, o que significa 16% da receita total da empresa, que a viu aumentar dos 59 milhões de libras em 2009 para os 93 em 2016.”
Outro caso é o da Hearst Magazines, que em 2016 lançou Hearst Live, para organização de eventos relacionados com algumas das marcas que já são anunciadas nas suas revistas.
O artigo citado termina com uma reflexão irónica sobre as “muitas possibilidades para sobreviver” que se apresentam aos media:
“Talvez não sejam estritamente relacionadas com o jornalismo. Mas, afinal, meter publicidade ou dar de brinde uma cafeteira por ter completado uma caderneta de cupões também não eram. Ou talvez sim.”
O artigo original, em Media-tics