A autora descreve uma experiência recente feita pelo humorista e apresentador de televisão Fábio Porchat, depois da votação do impeachment  da Presidente Dilma pelo Senado brasileiro. Tratava-se de mostrar a uma plateia imagens de pessoas, colhidas para efeito de reportagem, na rua, e decidir se elas eram a favor ou contra  - antes de começarem a falar... O resultado é surpreendente.

“Tal qual os iluministas, acreditávamos que, quanto mais víssemos as coisas, mais a verdade se esclareceria, mas o resultado foi o oposto: quanto mais se espalham os nossos olhos pelo horizonte, mais parecemos enxergar apenas aquilo que queremos ver.” (...) 

E Maura Martins conclui:

“Diferente do que imaginávamos, a multiplicidade de imagens e versões não nos ajudaram a ficarmos mais esclarecidos, mas o contrário. Chegamos, por fim, a um estágio de uma cegueira coletiva dos que tudo vêem.”

 

O artigo na íntegra, no Observatório da Imprensa, a que pertence também a imagem, de Hustdvedt/Wikipedia