Como explica a seguir, a forma mais habitual hoje em dia, nos EUA, para contactar com as empresas, é mandar um e-mail a uma caixa de correio que pergunta, automaticamente, qual é o “ângulo” da história, e pede que ponha as perguntas por escrito. “Agora é assim 60% ou 70% das vezes”  - diz Joe Nocera, da Bloomberg

“Os jornalistas têm a impressão de que as empresas evitam o acesso e mantêm a Imprensa à distância. A reportagem cita uma grande lista de empresas que se negaram a responder às perguntas de um repórter. E sublinha que as tecnológicas são das que mostram pior comportamento. A consultora CEB fez um inquérito em que verificou que só 17% do tempo dos directores de comunicação é utilizado em relações com os media  - e esta percentagem está a diminuir.” 

O jornal The Washington Post destaca que os executivos de topo vivem num meio em que não é tolerado um risco como aquele que representam as histórias negativas colhidas nas redes sociais. 

Esta situação está a levar cada vez mais jornalistas para a comunicação institucional ou empresarial, como se constata também no Relatório Anual da Profissão Jornalística, elaborado pela APM - Asociación de la Prensa de Madrid

E um estudo de Cégolène Frisque, da Universidade de Nantes, revela outra coisa talvez pior, a de muitos jornalistas franceses estarem a fazer trabalhos de comunicação empresarial ao mesmo tempo que se dedicam ao jornalismo de Informação geral. 

Miguel Ormaetxea conclui o seu texto com referência a “sintomas preocupantes” no seu país, como as conferências de Imprensa sem perguntas e a apresentação de resultados por parte das grandes empresas sem ter em conta as coincidências que dificultam o trabalho dos jornalistas  -  como tem denunciado a APIE - Asociación de Periodistas de Información Económica.

 

 

O artigo citado, em Media-tics