O autor citou um dos mais recentes estudos do Instituto Reuters, segundo o qual só 44% dos inquiridos afirmavam ter confiança nas notícias dadas pelos meios de comunicação. 

“Isto acaba por ter um efeito de boomerang  porque, quanto mais os media falam das notícias falsas, mais aumenta nas audiências a percepção de que não há em quem [se possa] confiar”  - afirmou. 

Para sublinhar o seu ponto de vista quanto ao exagerado protagonismo que os media estão a dar ao problema, referiu outro estudo, da revista Science, que analisa o impacto das notícias falsas durante as eleições presidenciais de 2016, que deram vitória a Donald Trump. 

“De acordo com os resultados obtidos por investigadores das Universidades de Harvard, Buffalo e Northwestern, os utentes frequentes do Twitter foram expostos a apenas uma notícia falsa cada três dias, durante o período analisado. Este e outros estudos levaram os investigadores a duvidar sobre o real impacto que as notícias falsas possam ter sobre as decisões dos eleitores.” 

“Isto não quer dizer que a desinformação não seja um problema importante e de grande interesse para a cidadania. Mas cada vez mais estudos demonstram que os media o têm sobredimensionado, e isto tem um resultado negativo sobre a sua credibilidade.” 

“Para Boczkowski, esta atenção exagerada ao fenómeno das fake news está a fazer com que os media cubram menos outros problemas que têm autêntico impacto social, como são a pobreza, a corrupção ou a alteração climática.” (...)  

 

O artigo aqui citado, na íntegra da RedÉtica, da FNPI – Fundación para el Nuevo Periodismo Iberoamericano