A Tencent reconhece, em comunicado, que as famílias chinesas duvidam que o reconhecimento facial se aplique aos seus jogos favoritos. Mas esta tecnologia está a invadir a China, país pouco voltado para a protecção dos dados pessoais.

“O reconhecimento do rosto já permite levantar dinheiro nas caixas distribuidoras de alguns bancos, substituir o cartão de identificação dos trabalhadores, ou tornar mais rápido o controlo de segurança nos aeroportos. Também permite identificar criminosos  - ou dissidentes políticos -  na rua, graças às câmaras de vigilância.”

A Tencent já tinha imposto aos jogadores do Honour of Kings a declaração da sua identidade real, dados depois cruzados com os ficheiros das autoridades chinesas, que dispõem do nome, data de nascimento e foto de mais de mil milhões de cidadãos.

O objectivo é, uma vez mais, identificar os menores de 18 anos. “Queremos ajudar os menores a jogarem de modo mais razoável, afim de protegerem a sua saúde”  - declarou a empresa gigante chinesa.

“Desde o final de Setembro, as imagens difundidas pela aplicação Tencent Video tornam-se desfocadas se o rosto do utente está situado a menos de 40 centímetros do ecrã do smartphone. Uma mensagem avisa-o que deve afastar-se para recuperar a imagem normal. Este sistema funciona apenas com os iPhone de última geração.”

 

O artigo citado, em Le Figaro, e o texto original, no SCMP