A partir daqui, Priscila Brito sugere outras imagens: é como saltar de uma viatura em movimento para outra que também se move. De repente, estamos no “encontro de duas fronteiras, e não há como levar um potencial negócio adiante sem essa troca de chip, que não necessariamente significa [apagar] os limites das fronteiras, mas coordená-los”. 

“Quanto mais demorada essa troca for, pior. Eu só percebi que precisava de trocar o chip um pouco tarde no processo de desenvolvimento do Festivalando, site do qual sou co-fundadora, às custas de muita energia e tempo investidos sem retorno.” (...) 

Da sua participação na vídeo-conferência, a autora que citamos recolhe experiência de outros a quem pôs esta mesma questão e, “se serve de consolo, vi que não fui a única a fazer a transição um pouco tarde ou com certa dificuldade”. 

“Mais importante que isso, porém, foi ver que as respostas convergiram todas para uma mesma direcção: é preciso acima de tudo aprender, estudar. Também faz parte do processo não oferecer resistência ao mundo dos negócios e agir, colocar ideias em prática.” (...) 

Três exemplos que apresenta: o primeiro de Fabiola Torres, co-fundadora e editora do site peruano OjoPúblico

    

“No início (do OjoPúblico), só pensávamos nas reportagens, nas fontes. Não nos importávamos com negócios, com impacto. Hoje entendemos que é importante planear, ter estratégias, desenvolver projectos.” 

“A minha recomendação para fazer a troca de chip é não ter medo de ter que aprender algo novo do zero. Inevitavelmente, este é um ambiente no qual estamos sempre aprendendo. Também não espere [até] o seu produto ficar perfeito. Apenas faça, e faça logo.” 

O segundo de Larry Ryckman, editor do site norte-americano The Colorado Sun

“Faça o que tem que ser feito. Aprenda os objectivos do negócio, entenda como uma empresa funciona, lance mão do marketing nas redes sociais. É bom quando se aprendem coisas novas e para mim foi uma parte divertida do processo.” 

O terceiro de Alan Soon, co-fundador do site The Splice Newsroom, especialmente focado em países asiáticos: 

“Acredito que estamos na era de ouro dos media, apesar de tudo. Temos nas nossas mãos as condições para aprender como as pessoas se informam, como usam tecnologia. O ambiente também é favorável para aprender sobre negócios, startups, pois temos muito mais ferramentas e serviços à nossa disposição. Dez anos atrás, eu não teria conseguido criar um negócio como fiz hoje, menos provável ainda que conseguisse isso 15 anos atrás.” (...)

 

O texto de Priscila Brito, na íntegra, no Negócio de Jornalista.

Mais informação no International Journalists’ Network, que traduziu para inglês o artigo original, e contém o link para a vídeo-conferência