Quando a mentira no Twitter não tem perna curta

“Tudo começa quando alguém faz um simples tweet com uma afirmação que pode incluir um texto escrito, uma fotografia ou um link para um artigo online. Essa informação é depois ‘retwittada’ por outros utilizadores. Forma-se assim um efeito de cascata que teve uma única origem. Como esta, há muitas cascatas pelo Twitter.”
Milhares de histórias, verdadeiras ou falsas, identificadas pelo grupo de estudo, foram então analisadas por seis sites de organizações independentes de fact-checking, entre eles o Snopes, o PolitiFact e Factcheck.org, que revelaram entre si concordância considerável a respeito da verdade ou falsidade do material investigado (de 95% a 98%).
Segundo o Público, que aqui citamos, “foram analisados conteúdos como o do sismo no Haiti em 2010, o anúncio da descoberta do bosão de Higgs em 2012 e o atentado na maratona de Boston em 2013. Aliás, num comunicado do MIT, Soroush Vosoughi, principal autor do estudo, explica que o último acontecimento e as suas repercussões no Twitter estiveram na origem deste trabalho.” (...)
“Quantificando a análise: a informação falsa é cerca de 70% mais susceptível de ser ‘retwittada’ do que a verdadeira. Aliás, a informação verdadeira demora seis vezes mais a alcançar 1500 pessoas do que a falsa. E, enquanto a informação verdadeira raramente se espalha por mais de mil pessoas, as cascatas de informação falsa mais populares atingem entre mil a cem mil pessoas.” (...)
“E quem são as pessoas que espalham essas informações? Ao contrário do que se poderia pensar, os utilizadores que as disseminaram tinham poucos seguidores, seguiam poucas pessoas, eram significativamente pouco activos no Twitter ou ficavam nesta rede social pouco tempo. ‘A mentira difunde-se mais e mais depressa apesar destas características, não por causa delas’ - assinala-se no comunicado.” (...)
Finalmente, sobre o possível papel do incentivo financeiro, afirma no NYT Sinan Aral:
“O mercado de publicidade das redes sociais cria incentivos à proliferação de histórias falsas, porque a sua difusão mais vasta as torna mais lucrativas. Se as plataformas despromovessem as contas de posts que disseminaram histórias falsas, usando algoritmos para erradicar as falsidades, o incentivo financeiro seria presumivelmente reduzido. A questão complicada é, evidentemente: Quem vai decidir o que é verdadeiro ou falso?”
Mais informação no New York Times e no MIT, cujas imagens aqui reproduzimos