O autor condena o comportamento de um jornalismo que, em vez de contribuir para reduzir a incerteza e reforçar a opinião pública “diante de desastres como a corrupção”, faça o seu contrário:

“Seguindo a lógica do sensacionalismo , em muitos casos tem agitado o debate e aumentado o ruído ambiente. E têm sido com frequência os ‘tertulianos’ [comentadores de painéis regulares] de amplo espectro  - que tanto tratam de devaneios de alcova como da acção da justiça -  que, com as cartas viciadas, descrevem as misérias com uma linguagem miserável. Porque mantêm posições combinadas, ajustadas a um guião, chamadas a animar a polarização e o espectáculo.” (...) 

Bernardo Díaz Nosty insurge-se, a seguir, contra o facto de estes comportamentos, que se esperam de um jornalismo mais comercial e “tablóide”, terem resvalado mesmo para os grandes meios públicos de referência, contaminando a sua relação de credibilidade com o público. 

O seu texto apresenta os dados de evolução da credibilidade da televisão na União Europeia, segundo o Eurobarómetro, no período que vem desde o começo da crise, em 2007, até ao ano de 2016, e compara a melhoria registada na Itália pós-Berlusconi com a baixa de credibilidade na Grécia e em Espanha, bem como, de forma mais atenuada, na França, Polónia, Hungria, Croácia e Chipre. 

No gráfico que ilustra estes dados, Portugal aparece entre os países de confiança mais elevada. 

Entre outros exemplos, o autor lamenta o “afastamento dos cânones fundadores” ocorrido na própria TVE, não só pelo “tendenciosismo governamental dos seus conteúdos” como por uma avaliação do que é notícia que “dá primazia a acontecimentos que tanto podem ser o atropelamento de um ciclista em Zamora como um tornado no Illinois ou o roubo de uma caixa gravado por uma câmara de segurança num sítio indeterminado... Num grande contentor  - são os noticiários mais extensos da Europa -  confunde-se a quantidade com a qualidade.” (...) 

O texto na íntegra, em Cuadernos de Periodistas