Quando a imprensa independente é “dizimada” na Rússia…
Com o início da guerra, o Kremlin dizimou toda a imprensa que “conta verdade”, considerou Ariuna Bogdan, uma jornalista russa que vive há cinco anos em Portugal, em entrevista à Rádio Renascença.
Por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, Bogdan explicou que, com o eclodir do conflito, decidiu abandonar o seu cargo de correspondente na Rádio Culture - Moscovo, onde trabalhou durante 17 anos.
“Toda a imprensa que dizia a verdade ou escrevia a verdade, ou os canais de televisão que faziam as reportagens verdadeiras, estão proibidas. Está tudo fechado. Não existem”, relata Ariuna.
Antes do conflito, relatou Ariuna Bogdan, os profissionais russos tinham acesso aos conteúdos de agências noticiosas, que partilhavam conteúdos plurais, expondo diversos pontos de vista. Contudo, com a invasão da Ucrânia, passou a divulgar-se, apenas, “um ponto de vista”.
Além disso, continuou aquela profissional, os cidadãos russos deixaram de ter acesso livre a fontes de informação internacionais.
“ As pessoas que conseguem pagar VPN [rede de comunicações privada] conseguem ler e ver tudo, mas aquelas que não conseguem pagar VPN não. Também, nem sempre é possível, porque para pagar VPN temos que usar o sistema Swift que já não funciona”, relatou.
Neste contexto, aquela profissional acrescentou, ainda, que as condições de trabalho são cada vez mais difíceis para os jornalistas que querem resistir, e continuar a exercer as suas funções de forma independente.
Maio 22
Aliás, após o início da guerra na Ucrânia, as autoridades de Moscovo aprovaram uma nova lei da censura, que prevê penas até 15 anos de prisão para quem publicar notícias consideradas “falsas” pelo regime de Putin.
Como tal, os “media” são, agora, obrigados a divulgar, apenas, a versão oficial do Kremlin sobre a invasão da Ucrânia.
Por isso mesmo, neste momento, são “muito poucas as pessoas que têm conhecimento da realidade” do que se está a passar na Ucrânia”.
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