A primeira parte detém-se no processo de mudança da direcção, o modo como foi feito e o porquê da escolha do novo director. Sobre as novidades previstas: 

“Vamos lançar no Verão um novo site, com uma nova arquitectura de informação. (...)  O futuro assenta muito no digital. Mas, para além da reorganização no site e no papel, também fizemos alguns conteúdos exclusivos, como o áudio no P24, o vídeo 360º e estamos a desenvolver outros projectos ao nível do jornalismo de proximidade.” 

“Tudo isto resultou em um aumento de vendas em banca de 1,5 por cento, de segunda a sexta-feira (dados dos últimos seis meses, versus os seis meses anteriores). No fundo, podemos dizer que esta estratégia atenuou a quebra e até teve um aumento de 1,5 por cento, o que contraria o mercado e a tendência do Público nos últimos anos. Não estamos a dizer que vamos crescer, mas isto demonstra muito o dinamismo e a diferença em termos de jornal e de conteúdos.” (...) 

Depois de ter referido um aumento de mais de 40 por cento nas assinaturas do site, em relação ao ano passado, Cristina Soares afirma:

“O que queria realçar é que há um reconhecimento grande da estratégia que desenhámos e que está em permanente desenvolvimento. (...)  Para além da circulação, do tráfego digital e das assinaturas, a publicidade também cresceu. Estamos a crescer versus o ano passado. E, pela primeira vez, posso dizer que o crescimento do digital compensou a quebra de algum investimento no print.” (...) 

Depois de afirmar que o Público está “a caminhar para a sustentabilidade, que é o nosso objectivo”, Cristina Soares fala dos resultados e acrescenta:

“Essencialmente os resultados traduzem o bom investimento que estamos a fazer em termos de competências. Queria dizer que é possível aliar, e isto é que é importante, uma comunidade de assinantes a uma gestão eficaz de publicidade. Ou seja, num projecto como o Público, que queira ter um drive no digital, acreditamos que o caminho para a sustentabilidade passa pela conjugação entre uma comunidade de assinantes e uma gestão eficaz de publicidade. Daí a paywall, que permite isso.” (...) 

Em resposta à pergunta final, sobre se o papel continua a fazer sentido, afirma:

“É uma pergunta clássica. Até posso dizer que, como estamos a crescer, o papel está vivo. Mas estamos mais preocupados em produzir conteúdos e ser uma referência do jornalismo em Portugal, com reconhecimento internacional. O papel do papel… ele vai existir enquanto fizer sentido. E fizer sentido sobretudo para os leitores, para a sociedade e para o Público.” 

“Digamos que há aqui um triângulo. Hoje verifico que a sociedade política ainda se move muito com o print, não podemos esquecer que a nossa população é muito envelhecida, portanto há toda uma franja de leitores que ainda acha muito cómodo o jornal. O pdf é muito cómodo de se ler, mas sobretudo ao fim de semana as pessoas ainda compram o print…”

 

A entrevista, na íntegra, na M&P