Projecto de directiva comunitária contestado pelos maiores jornais europeus
Segundo Le Figaro-Médias, que aqui citamos, “esta futura directiva daria a cada internauta a possibilidade de decidir, desde a sua primeira conexão, o nível de protecção que deseja para o conjunto dos sites que vai visitar a seguir; dito de outro modo, em vez de escolher site por site, como está em uso, ele decidiria uma vez por todas aceitar ou não os cookies, estes ficheiros invisíveis que entram no computador para seguir o percurso de conexões dos internautas”.
Os editores de jornais alertam para um efeito secundário previsível desta medida, supostamente benéfica para os utentes da Internet:
“Com efeito, ela arrisca-se a colocar nas mãos de alguns grupos, como Google e o seu navegador Chrome, as preferências de conexão dos internautas. Por outro lado, estes mesmos gigantes das tecnologias serão poupados por esta medida, visto que os seus utentes já estão conectados em permanência nos seus sites, como é o caso no Facebook, ou ainda no Google, com o Gmail. Quanto aos editores da Imprensa, vão perder a sua relação directa com os leitores.”
“Se, como resultado destas propostas, os editores de notícias não conseguissem oferecer publicidade relevante aos nossos leitores, tal reduziria a nossa capacidade de competir com a capacidade das plataformas digitais dominantes nas receitas de publicidade digital, acabando por prejudicar a nossa capacidade de investir em jornalismo de alta qualidade em toda a Europa”, explicam na missiva - aqui citada do Jornal de Negócios.
Representantes de mais de 30 publicações, incluindo The Daily Mail, The Guardian, Financial Times, Die Zeit e os jornais franceses Le Monde, Le Figaro, Les Échos, Libération, Le Parisien, La Croix e L’Humanité, dirigiram ao Parlamento e ao Conselho Europeu a carta aberta aqui reproduzida.
Mais informação em Le Figaro, Le Monde e Jornal de Negócios