O Prémio de Coragem (que distingue um profissional que tenha revelado especial coragem no exercício, defesa ou promoção do jornalismo) coube a Swati Chaturvedi pelo modo como, mesmo sendo alvo de violentas campanhas de intimidação online pela sua investigação da “célula IT”, do partido do primeiro-ministro Narendra Modi, soube revelar o seu funcionamento.


Recolhendo testemunhos do próprio interior da referida célula  - que mantém um “exército” de trolls agressivos -  mostrou como esses milhões de yoddhas (“guerreiros” na língua hindi) são encarregados de atacar, nas redes sociais, os jornalistas apontados pelo partido nacionalista indiano.

O Prémio de Impacto distingue este ano Matthew Caruana Galizia (filho da jornalista Daphne Caruana Galizia, assassinada em Malta em Outubro de 2017)  - o qual, tendo recebido, nesse mesmo ano, o Prémio Pulitzer 2017 pelo seu trabalho sobre os Panama Papers, no contexto do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação, deixou o ICIJ “para conduzir uma campanha por uma justiça plena” em relação ao atentado e pelos casos “que ela tinha exposto nas suas investigações, e que lhe custaram a vida”. 

O Prémio de Independência coube à filipina Inday Espina-Varona pelo seu trabalho sobre questões muito sensíveis na sociedade filipina, “como a prostituição de menores, a violência contra as mulheres, as questões LGBT ou ainda a Frente Moro de Libertação Islâmica na ilha de Mindanau”. Defensora empenhada da liberdade de informar, “representa hoje a resistência à ‘democratura’ do Presidente Rodrigo Duterte, que, desde a sua chegada ao poder em 2016, lanou uma guerra aberta contra os media independentes”. 

O Prémio especial “O espírito dos RSF”, destinado a um jornalista, um órgão de comunicação ou uma ONG britânica, vai para Carole Cadwaladr (The Guardian e The Observer), “pela sua reportagem sobre a manipulação dos processos democráticos nos Estados Unidos e no Reino Unido”, com destaque para as revelações sobre o papel da Cambridge Analytica nas campanhas de Donald Trump e do Brexit. “Por essas reportagens, continua a ser alvo de pressões e de assédio.”

 

Mais informação nos RSF e em The Guardian