Este prémio, o mais prestigiado do Festival Visa Pour L'Image, realizado em Perpignan, já lhe tinha sido atribuído em 2013 pela reportagem em que testemunhou e expôs um ataque com armas químicas feito pelas forças de Bashar al-Assad. 

Desta vez contempla a qualidade da cobertura de uma batalha longa e muito violenta, em que esteve presente durante os nove meses que durou, integrado num grupo das forças especiais do Iraque. 

O prémio reconhece que a sua proximidade da frente do combate, com ataques suicidas e civis aterrorizados em fuga, conferem ao seu trabalho uma força singular. 

Van der Stock critica a “ideologia perigosa do digital, do virtual”. Esta presença no centro dos conflitos perde-se cada vez mais, segundo afirma, “com os grandes jornais, que mandam cada vez menos pessoas”.

“O trabalho do jornalista é cada vez mais virtual, por detrás de um ecrã. Perde-se um pouco o terreno. Mas o fotógrafo está presente diante das pessoas, tem um contacto visual.”

Sobre o efeito emocional deste contacto, Laurent Van der Stockt declara que o seu escudo é o aparelho fotográfico: “Se eu, nestas situações, pousasse o aparelho, muitas vezes desatava a chorar.”


 

Após cerca de 25 anos de cobertura de conflitos, Van der Stockt conta que “nunca tinha tido acesso a uma operação militar durante tanto tempo” e que o nível de acesso que lhe foi concedido “nunca, ou muito raramente, é atribuído a um correspondente”.

 

A entrevista pode ser vista e escutada neste vídeo do Le Monde Festival, bem como uma série das imagens contempladas pelo prémio e comentadas pelo próprio Laurent Van der Stockt