Portugueses confiam nos “media” mas consomem menos notícias…
Os portugueses mantêm a confiança nos “media”, com destaque para os noticiários da televisão generalistas, e para alguns jornais diários, tais como o “Jornal de Notícias”, de acordo com o “Digital News Report Portugal 2022”,desenvolvido pelo Reuters Institute for the Study of Journalism, em parceria com o Obercom.
De acordo com relatório, 61% dos portugueses inquiridos disseram confiar em notícias, contra os 42% da média global do estudo, que contou com a participação de cidadãos oriundos de 46 países.
Como tal, Portugal surge em segundo lugar no “ranking” dos países que mais confiam em notícias, atrás da Finlândia.
Contudo, acreditar nos “media” não significa, necessariamente, ter interesse nos conteúdos que estes partilham. Aliás, conforme demonstra o estudo, o desejo de consumir notícias recuou 17,5 pontos percentuais, relativamente ao ano passado.
Agora, a percentagem de inquiridos que afirma ter interesse em conteúdos noticiosos fixa-se nos 51,1%, que comparam com 68,6% do último ano.
Além disso, a proporção de inquiridos que apontam não ter interesse em notícias mais do que duplicou.
Concluiu-se, ainda, que o não consumo voluntário de conteúdos noticiosos tem vindo a aumentar significativamente desde o início de 2017. Este fenómeno, explica o estudo, pode ser um resultado da “ excessiva tematização da agenda noticiosa em torno dos temas pandemia e eleições legislativas de 2022”.
Junho 22
Além disso, apenas 33,6% dos inquiridos dizem concordar que os “media” são independentes de qualquer influência externa de ordem política ou governamental.
Outro dos indicadores analisados foi a subscrição de serviços noticiosos “online”.
Em Portugal, apenas 12% dos participantes disseram pagar
por notícias em formato digital, cinco pontos percentuais abaixo da média global (17%).
A Noruega, por outro lado, é o país onde mais cidadãos assinam produtos informativos digitais (41%).
No entanto, outros serviços de subscrição continuam a prosperar em Portugal, como é o caso do “streaming” de vídeo (assinado por 57% dos cidadãos que utilizam a internet), das plataformas de música (43,6%) e pacotes de canais desportivos (29,8%).
Esta edição do Digital News Report contou com dados recolhidos entre 14 de Janeiro e 10 de Fevereiro, ou seja, considera o período anterior à invasão da Ucrânia pela Rússia, ainda que a iminência desse acontecimento já estivesse a ser tratada na comunicação social.
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