O Diário de Notícias recorda que, no ano de 2018, e depois de ter publicado uma investigação sobre os sites que difundiam fake news, a Google bloqueou a publicidade em pelo menos dez desses sites. “Na verdade, terá sido a grande atenção dos media tradicionais ao fenómeno que contribuiu para as acções do gigante tecnológico, como se explica no relatório agora divulgado.”

Numa videoconferência recente com jornalistas europeus, e na qual a Insider/Dinheiro Vivo participou, Mark Howe, líder da Google na Europa, Oriente Médio e África (EMEA) para a relação com a indústria dos anunciantes, não revelou quanto é que a empresa já pagou em publicidade digital aos sites que publicam as chamadas fake news

“Não sei quanto é e não quero especular, porque a maioria das pessoas não iria perceber”  - disse, para depois acrescentar:

“O que estamos a tentar alcançar é fazer com que seja zero. Aquilo que estamos a tentar fazer é proteger os anunciantes e proteger a saúde do ecossistema no geral, ao tirá-los [sites de fake news] do sistema.” (...) 

Segundo o Observador, a chefe da Unidade de Comunicação Estratégica da Comissão Europeia, Tina Zournatzi, tinha admitido, a 21 de Fevereiro, que “esperava mais” dos primeiros relatórios das plataformas que aderiram ao código de conduta contra a desinformação: 

“Não ficámos particularmente entusiasmados com os relatórios”, afirmou Tina Zournatzi, que intervinha em Lisboa na conferência “Combate às ‘fake news’ — uma questão democrática”, organizada pelas agências de notícias Lusa e EFE, de Espanha. 

“A especialista grega salientou que o código de conduta que a Comissão Europeia pôs em prática para combater a desinformação foi assinado por algumas empresas de publicidade, bem como pelo Facebook, Google, Mozilla e Twitter:

“Esta é a primeira vez, globalmente, que a indústria consente de forma voluntária criar estes critérios de autorregulação para combater a desinformação”  - referiu. 

O Observador  “faz parte de uma rede europeia de verificação de factos que vai analisar declarações de políticos e notícias falsas que surjam durante a pré-campanha e campanha das eleições Europeias: o FactCheckEU. O objectivo é desmontar e travar os vários tipos de desinformação e fake news que vão surgir antes das eleições de Maio de 2019. A plataforma conta com 19 órgãos de comunicação europeus de 13 países e o trabalho (os fact checks) vão ser partilhados em dez línguas, sendo uma delas o português — o que se tornou possível devido à participação do Observador”. 

No mesmo texto do Observador que aqui citamos é descrita a lista completa desses 18 media europeus, mais três norte-americanos  - o PoliticFact, a Associated Press e The Washington Post

É também explicado de que modo poderão os leitores interagir com a plataforma de fact-checking  criada por estes meios, incluindo a colocação de perguntas formuladas pelos interessados. 

“O FactCheckEU é totalmente independente de quaisquer instituições europeias e outros actores governamentais. A plataforma foi criada pelo Libération e a Datagif graças a uma subvenção de apoio à inovação da International Fact-Checking Network, no Instituto Poynter. Recebeu também o apoio da Google News Initiative, parceiro de longo prazo da IFCN, e da Open Society Initiative for Europe.”

 

Mais informação no DN  e no Observador