Políticos espanhóis querem decidir sobre perguntas de jornalistas
A Federação das Associações de Jornalistas da Espanha (FAPE) , a Associação de Imprensa de Madrid (APM) e a Associação de Jornalistas Parlamentares (APP) repudiaram a possibilidade de os políticos virem a decidir, previamente, quais as perguntas a serem colocadas pelos “media”.
De acordo com aquelas associações, a aplicação desta medida representaria uma clara violação da liberdade de imprensa, essencial para a manutenção dos sistemas democráticos.
A FAPE, a APM e a APP recordam, neste sentido, que as autoridades políticas têm o dever de “ responder pelas decisões e actividades que afectam os cidadãos”, de forma transparente e sem agenda política.
Por sua vez, continuaram aquelas associações, os jornalistas devem exercer as suas funções através de uma conduta responsável, comparando fontes e respeitando os valores éticos e deontológicos.
As três associações disseram-se, igualmente, preocupadas com a animosidade de figuras políticas perante o trabalho jornalístico, recordando que este tipo de comportamento enfraquece a qualidade dos “media”, bem como a confiança dos cidadãos nos conteúdos noticiosos.
Recorde-se, contudo, que esta não é a primeira vez que os políticos espanhóis tentam condicionar o trabalho dos “media”, através de uma pré-selecção das perguntas.
Setembro 21
Aliás, nos primeiros meses de pandemia, os jornalistas presentes em conferências de imprensa com o governo não tinham liberdade para colocar questões directas às autoridades políticas e de saúde.
Em vez disso, estes colaboradores tinham que enviar as suas perguntas para um grupo do “WhatsApp”, moderado por um membro do governo, que foi incumbido de ler, em directo, uma selecção das questões formuladas.
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