O autor resume o “ponto de situação” neste terreno:

“O Facebook, Google e a enciclopédia virtual Wikipedia, talvez os três maiores ‘entroncamentos’ de fluxos informativos na Internet, anunciaram iniciativas para evitar que a base do seu negócio seja afectada pelo descrédito. Aqui no Brasil temos três grandes propostas de checagem de informações já em operação: o projecto Truco, da Agência Pública, o Lupa, do grupo de revista Piauí, e a versão brasileira do Trust Project da Universidade de Santa Clara, dos Estados Unidos.” (...) 

“Há duas questões em jogo no fenómeno do fact-checking: o da falsificação de notícias e a desinformação, ou seja, uso premeditado de omissões, descontextualizações ou das chamadas meias verdades. A falsificação é um delito criminal, enquanto a desinformação é uma prática essencialmente política. Mas para o jornalismo e para sistemas como o Facebook, Google e Wikipedia, as consequências são idênticas: o descrédito.” (...) 

“Até mesmo a identificação de notícias falsas e da desinformação está sendo vitimada pela diversidade de percepções diante de um mesmo facto, dado ou processo. Na Alemanha e em alguns países nórdicos, grupos de extrema-direita passaram a classificar de fake news as notícias que lhes desagradam ou contrariam suas propostas políticas. Procedimento similar foi adoptado pelo presidente Donald Trump em relação à grande imprensa norte-americana.” 

“Resultado, o próprio conceito de fake news passou a ser politicamente desvirtuado, aumentando ainda mais a confusão do público e a dificuldade dos jornalistas em desenvolver uma abordagem profissional de um problema que tende a se transformar no maior desafio da Imprensa dos tempos modernos.”

 

O texto de Carlos Castilho, na íntegra, em ObjEthos