Política ou futebol – qual é a notícia que pode interromper a outra
O jornalista Lucas Marinho Mourão, que assina este texto, retoma o assunto para se interrogar sobre o que poderia acontecer em situação semelhante, no Brasil, com as próximas Olimpíadas do Rio de Janeiro.
E afirma:“Esse caso exemplifica a dedicação da televisão de Portugal ao futebol. Todos os anos, os horários com maior número de telespectadores estão sempre relacionados com o futebol. A quantidade de programas e canais específicos disponíveis sobre o esporte bretão é altíssima.” (.../...)
“A revolta de Santana Lopes fomenta uma reflexão que pode muito bem atravessar o Oceano Atlântico em direção à realidade brasileira. Quais são as prioridades noticiosas dos media no Brasil? O que é mais importante: “interesse público” ou “interesse do público”?” (.../...)
“É sabido que o público, muitas vezes cansado da rotina de trabalho, tem preferência clara pelo entretenimento, seja a novela ou o jogo de futebol. Entretanto, independente do momento, cabe ao jornalismo avaliar sempre sua responsabilidade social. Ele necessita reforçar o seu diferencial perante outros programas de entretenimento e esporte".
E defende : "a informação esportiva (o futebol, predominantemente) deve fazer parte do jornalismo, porém dentro de critérios sensatos, avaliando-se sempre o verdadeiro valor em cada situação. O exagero deve ser eliminado. Casos como o de Santana Lopes poderiam acontecer facilmente no Brasil, se houvesse coragem para isso. Entretanto, os media contam com a passividade de quem presencia a inversão de prioridades jornalísticas.”
Mais informação no artigo de Marinho Mourão, incluindo o vídeo do episódio.