Polémica na protecção de dados entre o poder de escolha e a exclusão

Agora, ao entrar no espaço da Oath, é solicitado ao utente o consentimento para instalar cookies no dispositivo que utiliza, “para utilizar os seus dados de busca, localização e navegação para entender os seus interesses e personalizar e medir anúncios aos nossos produtos”.
Até recentemente, as mensagens sobre cookies explicavam apenas que se fazia uso delas e que era necessária a sua aceitação para continuar no site.
A empresa vai ao ponto de explicar ao visitante que, quando este pesquisa um filme, por exemplo, a sua localização é utilizada para lhe serem mostrados os cinemas mais próximos…
A Oath explica que “quando deslizas os dedos pelos nossos sites e aplicações, começamos a tomar conhecimento dos teus gostos e vamos melhorando progressivamente as histórias, os vídeos e os anúncios que te mostramos”.
O autor do artigo que citamos acrescenta:
“A priori, parece uma explicação superficial, mas é possível chegar a pormenores que, por um lado, metem medo (embora já soubéssemos que tudo isto acontecia), mas, por outro, demonstram que, pela primeira vez em muito tempo, voltamos a ter algum poder sobre os nossos dados.” (…)
Ossorio Veja faz uma lista de pontos sobre os quais esta vigilância incide - a pessoa do utente, os dispositivos que está a utilizar, a sua localização, os clicks que faz, e fontes terceiras - para demonstrar até que ponto podemos, agora com conhecimento de causa, tomar decisões que nos interessem e nos defendam.
E como tudo isto começou quando os utentes passaram a ser olhados mais como consumidores do que como cidadãos, vale a pena saberem que podem, finalmente, “escolher” os anúncios que não se importam de receber.
Mas até neste pormenor o autor reserva a sua opinião até ver melhor o que vai acontecer, com novas empresas a serem anunciadas em espaços já “autorizados” para outras:
“Só o tempo dirá como vai ser, realmente, implementado o RGPD”.
O artigo citado, na íntegra, em Media-tics.