Poema de protesto é foto do ano da World Press Photo
“A sua expressão facial e a sua voz impressionaram-me, -- sublinhou -- não conseguia parar de focar-me nele e captei o momento”.
Yasuyoshi Chiba tem, também, trabalhado no Brasil, e na Nigéria, sendo já considerado um veterano desta competição, na qual foi premiado em categorias temáticas nas edições de 2009 e 2012.
Em nome do júri dos prémios, anunciados na cidade holandesa de Haia, Chris McGrath, fotógrafo da Getty Images, considerou que a imagem vencedora simbolizava “a agitação de pessoas, em todo o mundo, que reclamam mudança”.
Já na Reportagem do Ano destacou-se o trabalho do fotógrafo independente Romain Laurendeau, que seguiu, ao longo de 5 anos, a vida de jovens argelinos, que se tentam alhear da sociedade conservadora que integram através do futebol ou das chamadas “freedom bubbles”.
O trabalho de Laurendeau destaca-se por ter captado o movimento de revolta da juventude argelina, que culminou em Fevereiro de 2019. Movimento esse que levaria, em Abril, à deposição do presidente Abdelaziz Bouteflika.
Laurendeau deu à sua reportagem o título “Kho, a Génese de uma Revolta”, sendo que “kho”, é a gíria usada pela juventude argelina para “irmão”.
Romain Laurendeau formou-se em fotografia na ETPA em Toulouse, França, e trabalhou em projectos de longa duração como fotógrafo profissional em França, Senegal, Argélia, Territórios Palestinos e Israel.
Os autores da Foto e da Reportagem do ano foram premiados com 10 mil euros.
A par da fotografia e da reportagem do ano, o concurso – ao qual se candidataram, este ano, 4282 fotógrafos – atribui ainda prémios em oito categorias temáticas: temas contemporâneos, ambiente, notícias, projectos de longa duração, natureza, retratos, desporto e “spot news”.
Embora sem direito a prémio pecuniário, os distinguidos nas várias categorias são convidados, como sempre acontece, com viagens e despesas pagas para assistir à cerimónia de entrega dos prémios e ao festival promovido pela organização, agendado para os dias 16 a 18 de Abril em Amesterdão.
Também a habitual exposição itinerante com os trabalhos premiados, que nas últimas edições percorreu mais de 120 cidades em todo o mundo, está condicionada por motivos óbvios.