O artigo começa por recordar alguns dos ataques globais por vírus informáticos, como o HeartBleed, “com potencial de impacto sobre a grande maioria dos servidores web em todo o mundo, por muito actualizados e altamente seguros que os seus operadores procurem mantê-los”. (...) 

“A rápida divulgação de dispositivos pessoais nestes últimos anos (2,6 mil milhões de smartphones em 2015, estando previsto que serão mais de seis mil milhões em 2020) significa que a oportunidade para explorar vulnerabilidades também cresceu de modo dramático. E muitos destes telemóveis têm sistemas operativos e aplicações já desactualizados.” 

“Às vezes as actualizações não estão acessíveis porque os fabricantes se recusam a manter o produto por mais tempo, obrigando as pessoas a usar dispositivos inseguros ou a pagar outra vez pelo último aparelho incrivelmente caro.” (...) 

E há pouco empenho em garantir a segurança da “Internet das Coisas”, que projecta conectar com a Internet tudo, desde as lâmpadas, chaleiras e cobertores eléctricos até aos chuveiros e aos carros. 

“Ninguém está interessado em vigiar-me”  -  é o argumento de muitos de nós, quando consideramos excessivo e quase “paranóico” o colega do lado, que tem um auto-colante em cima da câmara do seu computador portátil. Mas o autor que citamos diz: 

“Somos sempre objecto de interesse para alguém. Uma coisa que sabemos é que está a crescer um mercado negro de ferramentas de uso fácil, que atacam sistemas para terem acesso às suas câmaras, e fotografias que são tiradas por elas, totalmente à revelia dos seus utentes. Imagens de natureza voyeur estão a ser tiradas por webcams em toda a parte, com websites totalmente dedicados à sua divulgação.” (...) 

“Portanto: pode uma agência do governo ligar, literalmente, qualquer câmara à sua escolha, sem o conhecimento do dono? Esta pergunta divide-se em três: há uma alta probabilidade de que essa agência tenha a capacidade de o fazer, será que tem o tempo para o fazer, e achamos nós que o governo tem essa motivação? Com muita frequência, a resposta a todas estas perguntas é: sim.” (...)

 

O artigo original, na Global Investigative Journalism Network