“Nós, com 90 meios de imprensa, num mês, já fizemos 570 verificações. Se continuarmos a cobrir o coronavírus, os números vão explodir. [O projecto] tem muito potencial, em termos de intensidade de produção, e não temos data para terminar”, diz Tardáguila. 

 

Um das consequências da colaboração, segundo Tardáguila, é convocar os jornalistas em prol de uma causa comum. Os colaboradores têm demonstrado que não existe concorrência na luta contra a desinformação e que os repórteres precisam de actuar de forma amistosa e colaborativa.

 

Tardáguila explicou, ainda, que a colaboração permite diminuir a incidência de notícias falsas. Como todas as empresas da aliança partilham os respectivos dados, os jornalistas que integram projecto podem fornecer essa mesma informação ao seu público.  Isso torna a resposta mais rápida e potencializa a difusão da informação verdadeira, já que é por diferentes organizações mundiais. 

 

“Percebemos que as mentiras são idênticas. É o mesmo vídeo, a mesma foto, o mesmo texto. Assim, não precisamos de fazer todos o mesmo trabalho. Quanto menor for o intervalo entre a publicação da mentira e a partilha do dado correcto, menos pessoas são impactadas por esse conteúdo falso, o que é fundamental, principalmente na saúde”, diz.

  

Tardáguila acredita que há um movimento coordenado de desinformação sobre o coronavírus. Segundo a responsável, algumas notícias falsas parecem ser apenas fruto de receios perante uma nova doença, enquanto outras são intencionais.

 

Para a jornalista, as sucessivas correntes de notícias falsas mostram que o esforço de verificação tem surtido efeito. “No momento em que todos os colaboradores atacam um artigo de desinformação, os produtores de notícia falsa migram para outra coisa.”

 

Tardáguila coordena, agora, uma equipa de académicos, que se propõe realizar pesquisas com base em dados da CoronaVirusFacts. “Queremos saber qual foi o caminho da mentira, onde começou, em qual língua, onde foi parar”.

 

Leia o artigo original em Knight Center