A iniciativa, inspirada na plataforma americana EurekAlert!, tem como objectivo aumentar a visibilidade da ciência produzida no Brasil. Segundo um estudo da Bori foram publicados, em 2018, cerca de 230 artigos científicos por dia. A sua maioria não é, porém, conhecida da população em geral. "Cerca de 10% dessas pesquisas têm potencial de divulgação e poderiam estar em meios de imprensa, mas ocupam demasiado espaço nos jornais”, afirmou Righetti. 

As consequências dessa falta de visibilidade são graves, apontam as coordenadoras. Segundo uma pesquisa do CGEE -- Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, publicada na “Folha de S.Paulo”, em Julho 2019, 90% dos brasileiros não conseguiam mencionar o nome de um cientista e 88% não sabiam onde se faz pesquisa científica no país.

 As redacções brasileiras, que contam com parcos recursos humanos,  enfrentam, da mesma forma, vários obstáculos para fazer peças científicas, a nível nacional. Assim, a imprensa brasileira acaba por divulgar mais estudos internacionais do que os produzidos no próprio país.

Outro problema, de acordo com as coordenadoras, é que poucas instituições científicas no Brasil têm assessoria de imprensa. "Às vezes é mais fácil falar com alguém da Nasa do que com um cientista de uma Universidade local”, explicou Righetti.  

Actualmente, a equipa da Bori conta com cinco profissionais fixos e oito redactores “freelancers”. A sobrevivência da plataforma depende ainda, de doações de institutos académicos. 

Segundo as coordenadoras, o modelo de negócio da Bori baseia-se na venda de pacotes de assinaturas a instituições e cientistas que queiram ter uma presença mais regular na plataforma. Enquanto o modelo não se consolida, a direcção continuará a depender de financiamento exterior. 

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