Perseguição a jornalistas “aumentou vertiginosamente” no Uruguai
No Uruguai, os jornalistas começaram a seguir sempre a mesma fórmula de redacção de artigos, seguindo as normas oficiais, e ignorando a importância da pluralidade noticiosa.
Quem o diz é Pedro Russi Duarte, professor de Jornalismo que, em entrevista para o “Observatório da Imprensa”, com o qual o CPI mantém um acordo de parceria, explicou o panorama mediático uruguaio.
Conforme apontou Duarte, em 2020, os “media” começaram a seguir a narrativa estatal, criticando a insegurança do governo anterior, e exaltando as decisões do governo actual.
Isto deve-se, sobretudo, à perseguição de jornalistas independentes que, de acordo com Duarte, “aumentou vertiginosamente entre 2019 e 2021.
Este cenário, explicou Duarte, verifica-se na maioria dos meios de comunicação, que passaram a reger-se por uma linha editorial centralizada, focada em tudo o que é produzido na capital, Montevideo.
Ainda assim, continua a haver algum espaço para os “media” locais que, apesar de serem assegurados por jornalistas amadores, oferecem notícias de qualidade, que espelham a realidade das zonas rurais do país.
Duarte considera, por isso, que as instituições devem repensar o futuro do jornalismo uruguaio, para que os profissionais reforcem as publicações regionais, e para que os “media” deixem de seguir as “receitas do governo”, voltando a primar pela pluralidade.
Abril 22
Neste sentido, Duarte sugere a introdução de disciplinas de literacia mediática nas escolas básicas, para que os jovens entrem em contacto, desde cedo, com textos informativos, e desenvolvam um sentido crítico, que impulsione a mudança.
“O futuro da profissão está na educação crítica, a partir dos primeiros dias da escola”, afirmou.
Duarte recorda, ainda, que o jornalismo não “surge de forma mágica”, e que, por isso, todos são responsáveis por garantir a prosperidade das publicações informativas, que estão na base das sociedades democráticas.
A plataforma espanhola Maldita concluiu que a rede global de verificação de factos GFCN tenta imitar redes internacionais de fact-checking, como a Rede Internacional de Verificação de Factos...
Um artigo publicado no Le Monde aborda a forma como o Ocidente está a perder a “batalha da informação internacional”. Sob a ordem de Donald Trump, a Voz da América deixou de emitir, assim...
Um estudo da Media Innovation Network e da International News Media Association, divulgado pelo +M, considera que os meios de comunicação devem combater a fuga às notícias, adoptando um modelo...
Embora se definam apenas como plataformas tecnológicas, as redes sociais influenciam as opiniões pessoais. Os especialistas em comunicação, como Rasmus Kleis Nielsen, autor do artigo News as a...
De acordo com Carlos Castilho, do Observatório de Imprensa do Brasil, com o qual o CPI mantém uma parceria, o jornalismo enfrenta, actualmente, dois grandes desafios, nomeadamente,...
Num texto publicado no media-tics, o jornalista Miguel Ormaetxea, reflectiu acerca da receita de publicidade digital dos media, que, em grande parte, fica nas mãos de grandes empresas de tecnologia,...
Num texto publicado na revista ObjETHOS, um dos seus pesquisadores, Raphaelle Batista, reflectiu sobre o papel que o jornalismo teve no Brasil durante 2022, assim como o que deve ser mudado.
Batista...
O Journalism Competition and Preservation Act (JCPA), um projecto de lei que pretendia “fornecer um 'porto seguro' por tempo limitado para algumas organizações de notícias negociarem...
Algumas organizações criaram um novo guia, Dimensions of Difference, para ajudar os jornalistas a entender os seus preconceitos e a cobrir melhor as diferentes comunidades. Este projecto baseia-se...