Perfil e influência dos jornalistas portugueses nos “media”

O estudo analisou as publicações tomando em consideração o suporte, tipo de meios, temas, estilo discursivo e género do jornalista, entre outras variáveis. Segundo as conclusões, destacaram-se os estilos discursivos crítico (43% das notícias) e analítico-interpretativo ou explicativo (27%).
O estilo crítico dominou nas publicações e notícias relacionadas com educação (80%), justiça (68%), saúde (56%) e política nacional (49%). As intervenções na área do desporto foram maioritariamente de estilo analítico-interpretativo (54%), bem como as de política
O estudo destaca, ainda, o facto de que “a performance dos jornalistas é diferente no espaço tradicional e digital”, e descreve a actuação dos jornalistas nos meios tradicionais como “claramente mais profissional, com um estilo mais crítico e centrado em temas da agenda informativa, enquanto que “nos media digitais, destaca-se uma acção mais pessoal, focada em assuntos fora do jornalismo, com um estilo mais neutro”.
“A acção é mais interventiva nos media tradicionais e passiva nos media sociais”.
Em relação a temáticas, o estudo reporta que 27% do espaço mediático dos profissionais em análise é dedicado à política nacional. A economia e a política internacional ocupam cada uma 14% desse espaço.
O estudo identificou, ainda, uma relação entre o género dos jornalistas e os temas tratados, com os homens a dominarem a área da política nacional, economia e desporto e as mulheres a serem as principais protagonistas na área da política internacional e sociedade.
"A relação entre posição editorial e os temas tratados sugere que áreas como a economia ou política tendem a ser tratadas por jornalistas com cargos superiores hierarquicamente, ao contrário do desporto ou sociedade. Estes mesmos jornalistas tendem mais para uma intervenção com tom crítico (44%) do que analítico-interpretativo (36%)", refere.
Numa análise dos jornalistas mais influentes nas redes sociais, verificou-se que Ricardo Costa, do Expresso, ocupa a primeira posição da lista, sendo seguido por José Manuel Fernandes, do Observador. Clara de Sousa encontra-se em terceiro lugar, seguida de Carlos Vaz Marques (TSF) em quarto lugar, enquanto que Ricardo Martins Pereira (MAGG/Observador) está em quinto e Nuno Matos (Antena 1) está em sexto.
João Fernando Ramos (RTP) está em sétimo, seguido por Henrique Monteiro (Expresso), Pedro Santos Guerreiro (Expresso), Fernanda Câncio (DN), Manuela Moura Guedes (SIC), José Rodrigues dos Santos (RTP), Daniel Catalão (RTP) e Helena Garrido (RTP/Antena 1).
No que diz respeito aos canais profissionais, a lista sofre algumas alterações. Fátima Campos Ferreira, cara da RTP no programa ‘Prós e Contras’, ocupa a primeira posição do ranking, seguida de José Alberto de Carvalho, Alexandra Borges da TVI e José Gomes Ferreira da SIC. José Rodrigues dos Santos, pivot da RTP, ocupa a quinta posição no ranking da Omnicom, sendo seguido por Manuela Moura Guedes, Miguel Sousa Tavares, João Fernando Ramos da RTP, Carlos Vaz Marques, Clara de Sousa, Pedro Pinto (TVI),João Miguel Tavares (Público/TVI), Sandra Felgueiras (RTP) e Joana Latino (SIC).
Os jornalistas portugueses colocados no ranking foram escolhidos com base em três critérios: desempenho de cargos diretivos na comunicação social, presença em programas ou espaços próprios e actuação nos media sociais e digitais. O estudo em questão sustenta que foram recolhidos dados no primeiro trimestre de 2019, incluindo a análise de quase três mil publicações de rádio, imprensa, TV, Facebook e Twitter.