Partilhar e diversificar textos de opinião para satisfazer audiências
Os editores de jornais norte-americanos estão a tentar diversificar as secções de opinião, já que os leitores consideram, agora, que é importante consumir crónicas redigidas por cidadãos comuns, em detrimento de textos de políticos e especialistas.
Numa conferência “online” do International Symposium for Online Journalism, os editores de opinião de “New York Times”, “Washington Post”, “Los Angeles Times”, bem como um jornalista “freelancer”, concordaram que é importante partilhar diferentes pontos de vista, de pessoas que experienciaram diferentes questões para a sociedade.
Isto porque, recentemente, estes jornais têm recebido “feedback” negativo quanto à selecção deste tipo de artigos, com os consumidores a criticarem escolhas realizadas com base na “fama” do autor.
Assim, estas publicações estão a tentar recrutar cronistas internacionais, que ofereçam uma perspectiva, em primeira mão, sobre aquilo que se passa nos seus respectivos países.
Aliás, Karen Attiah, do “Washington Post” afirma que tem vindo a convidar cronistas de todas as partes do mundo, de forma a ter uma secção de opinião mais plural.
Da mesma forma, os jornais locais têm procurado ouvir as vozes da comunidade.
“Estamos focados em publicar opiniões de vários californianos, já que sabemos que as personalidades de âmbito nacional costumam partilhar as suas perspectivas em jornais de maiores dimensões”, afirmou Sewell Chan, do “Los Angeles Times”. “Estou interessado em restaurar a confiança a nível comunitário e local”.
Maio 21
“Considero que as nossas páginas de opinião se têm vindo a tornar mais interessantes, agora que nos afastámos das crónicas de políticos e especialistas legislativos”, continuou Chan. “Ainda há espaço para académicos, mas temos vindo a procurar vozes reais”.
Ainda assim, os editores reconhecem que ainda há a necessidade de curadoria.
“As nossas páginas estão a competir com as redes sociais”, afirmou Karen Attiah. “Acho que o nosso desafio passa por acrescentar valor. Nós acrescentamos valor às conversas através da verificação de factos, edição e inclusão. Se queremos continuar a ser relevantes, temos que seguir estes padrões”.
Attiah acredita, por outro lado, que o futuro das secções de opinião passa, sobretudo, por ouvir as audiências.
“Temos, agora, um maior entendimento da importância das comunidades ‘online’, que tipo de conversas têm, e de como o jornalismo se encaixa neste panorama”, afirmou. “ Estamos a perceber aquilo que as audiências querem, e isso não passa por manter tradições”.
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